O conceito de metaliderança emerge com suas características e demandas adequadas à realidade atual alinhadas com as transformações que vivemos. Em palestra no Interactive Retail Trends – Pós-NRF, a CEO da Gouvêa Foodservice, Cristina Souza, abordou as diversas formas de liderança e deu exemplos de líderes que inspiram e devem ser seguidos. Promovido pela Gouvêa Experience, o evento trouxe os aprendizados da NRF 2022, em Nova York (EUA), mostrou as perspectivas do varejo sob a ótica de executivos e especialistas do setor.
Um dos exemplos citados por Cristina foi o de Vivek Sankaran, CEO da rede de supermercados Albertsons, segunda maior rede de supermercados nos Estados Unidos, com 270 mil funcionários. Na NRF 2022, Sankaran contou que, durante a pandemia, admitiu a fragilidade e falou aos acionistas que não tinha as respostas que eles precisavam.
Em conversa com Paulo Camargo, CEO da Arcos Dorados, franquia responsável pela operação do McDonald’s na América Latina e Caribe, eles abordaram a importância de o metalíder inspirar os colaboradores.
“Quem vai entregar ou não a experiência do cliente é o colaborador. Para isso, ele tem que ter a experiência dele. Temos focado muito nisso de diversas formas, uma delas é dar liberdade de errar”, afirma Camargo.
Segundo ele, os 50 mil colaboradores da empresa são responsáveis por cuidar e servir os 2 milhões de pessoas que passam pelos restaurantes diariamente. Camargo destaca que para sair da crise causada pela pandemia de covid-19 e passar de um share de 37% para 42%, nos últimos dois anos, foi preciso reproduzir o que deu certo.
“As pessoas precisam se conectar às estratégias. Em primeiro lugar, é preciso ter empatia. As pessoas devem sair de uma reunião se sentindo melhores do que entraram”, diz.
O poder do ESG
Dar voz aos colaboradores faz parte também do S do ESG, que foi o tema da apresentação de Lyana Bittencourt, CEO do grupo Bittencourt.
Lyana citou a apresentação de Carla Harris, vice-chairman do Conselho da Morgan Stanley, na NRF 2022, que falou que a equidade nas empresas não acontece de forma automática.
“Quando falamos de social, falamos de satisfação dos clientes e de um passo a mais. As empresas deveriam propor metas de curto prazo para ampliar essa equidade”, diz Lyana.
Ela destacou também a importância de as empresas investirem em práticas ESG, já que 62% dos consumidores estão dispostos a mudar seus hábitos de consumo para reduzir o impacto ambiental, segundo pesquisa feita pela IBM, em parceria com a National Retail Federation.
“Essa é uma grande oportunidade de avançar em inovação. Se não tiver uma agenda forte, os resultados serão menores e os consumidores vão optar por outras empresas”, afirma. Como exemplo, Lyana cita a Ikea, que tomou a decisão de que todos os seus produtos serão circulares até 2025.
Imagem: Efstathios Galanos