Com a Boeing em meio à sua mais recente crise, um de seus concorrentes menores, a Embraer, está estudando opções de desenvolver um novo modelo para desafiar o duopólio na área de grandes jatos que domina a indústria há quase três décadas.
Avaliações internas realizadas pela Embraer determinaram que a empresa brasileira possui o know-how tecnológico e capacidade de manufatura para desenvolver uma aeronave de fuselagem estreita de próxima geração, sua primeira nesse segmento de mercado, segundo fontes com conhecimento da estratégia e planejamento da empresa. A Embraer tem valor de mercado em torno de US$ 5 bilhões e é especializada em jatos regionais e executivos.
O avião competiria com os sucessores do 737 MAX da Boeing e do A320 da Airbus, em uma categoria que é fundamental para ambos os fabricantes. Aprovar o projeto também representaria uma aposta potencialmente decisiva: novos programas de aeronaves normalmente custam dezenas de bilhões de dólares para serem desenvolvidos, podem levar mais de uma década da concepção até entrar em operação e, com frequência, nem chegam ao mercado.
Embora os planos sejam preliminares e uma decisão final ainda não tenha sido tomada, a empresa está dando os primeiros passos, incluindo uma avaliação sobre carga útil potencial e exigências de alcance. A Embraer também sondou possíveis parceiros financeiros e industriais, relataram as fontes, incluindo o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita e empresas manufatureiras na Turquia, Índia e Coreia do Sul.
Um porta-voz disse que embora a Embraer “certamente tenha capacidade de desenvolver uma nova aeronave de fuselagem estreita”, a empresa não tem planos para um novo grande projeto neste momento e está focada na venda dos modelos existentes.
Com informações de Estadão Conteúdo
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