Crescimento do varejo gaúcho deve ser impactado pela paralisação dos caminhoneiros

As vendas do varejo no Rio Grande do Sul cresceram 10% no primeiro trimestre de 2018. Mas este resultado positivo, acima dos 3,8% da média brasileira, pode ser anulado pela greve dos caminhoneiros, justamente no momento que as vendas de inverno começavam a aquecer. Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Lojistas de Comércio (Sindilojas) de Porto Alegre, afirmou: “Teremos, sem dúvidas, uma queda no volume de vendas em maio. Na segunda-feira, dia 28, já vendemos apenas 50% do que deveríamos”.

A cidade de Uruguaiana, localizada na fronteira com o Uruguai e a Argentina, sofre com a paralisação do Porto Seco (rodoferroviário). O presidente do Sindilojas de Uruguaiana disse que a greve está “afetando a saída de cargas vendidas para Uruguai, Argentina e Paraguai”. Cerca de 1,5 mil caminhões passam diariamente pela estrutura.

A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) indicou que em termos de volume de vendas, os três estados da região sul tiveram bons resultados no primeiro trimestre. O Rio Grande do Sul teve crescimento de 10% nas vendas. Santa Catarina chegou a 12,8% de alta e o Paraná, 5%.

Patrícia Palermo, economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), acredita que os resultados não foram tão bons assim para todos os comerciantes. “Ao verificar aspectos como a arrecadação do ICMS, não há dúvidas que o comércio gaúcho está crescendo, mas não conseguimos ver com muita clareza o porquê de números tão acelerados”, disse Patrícia.

A economista destaca que o desemprego no estado é menor que a média nacional, mas que a economia gaúcha ainda está em crise. A segunda safra agrícola positiva pode ter estimulado o consumo. “A grande diferença é que o consumidor chega cheio de receio e dando muito mais valor para o dinheiro do que no passado”, falou Patrícia.

*Informações retiradas do jornal DCI

*Imagem reprodução

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