O Grupo Bittencourt, consultoria para franquias e redes de negócios, incorporou a Inteligência Artificial (IA) ao mindset da empresa em busca de inovar, aperfeiçoar e tornar mais eficiente o atendimento aos franqueadores e executivos de sua carteira de clientes. Batizada de Bittencourt AI, a nova solução chega ao mercado acompanhada do lançamento de três franquias, com destaque para a Dream, marca de colecionáveis e licenciados Disney no Brasil.
“A Inteligência Artificial é um tema que está na pauta de todos os CEOs e na minha também. Estávamos tentando interpretar como poderíamos não só ter um produto para o mercado, mas mudar também o mindset da própria Bittencourt”, explica Lyana Bittencourt, CEO do Grupo que faz parte da Gouvêa Ecosystem.
O primeiro passo foi dado com a incorporação da plataforma de vídeos StreamShop ao ecossistema. A ideia era tornar os recursos de aprendizado à disposição dos clientes mais dinâmicos. Em seguida, a IA foi adicionada aos novos projetos. Agora, as ferramentas de aprendizado de uma franquia são mais interativas e assertivas. Os manuais de franquia, desenvolvidos pela consultoria, não requerem mais busca por capítulos, basta fazer uma pergunta “que o oráculo Bittencourt responde”, brinca Lyana.
A IA também está orientada para exposições, sendo capaz de gerar insights qualificados em feiras e eventos, e foi incluída no sistema chamado Central de Serviços ao Franqueado (SAF), um espaço para que os franqueados tirem suas dúvidas.
Antes de ser lançado, o pacote de soluções da empresa foi testada com alguns clientes. “A gente aplicou, testou, validou, viu que funciona e, a partir disso, lançamos para o mercado”, diz a executiva. “Acho que isso é só o nosso começo e um começo em que nos desafiamos e podemos fazer ainda melhor”, opina.
Licenciados Disney marca lançamento entre franqueadoras
A Bittencourt lançou três empresas como franqueadoras até agora. Segundo Lyana, o principal lançamento do grupo este ano é a Dream, uma varejista oficialmente licenciada da marca Disney no Brasil.
A Dream tem 11 anos de operação, 8 lojas de marca própria abertas e 2 franquias em fase de abertura. “Aprendemos muito nesses últimos anos com lojas de shopping e, hoje, entendemos que nosso negócio já está consolidado para levá-lo aos franqueados com apoio da Bittencourt no desenvolvimento do plano de franquia”, conta Alexandre Antunes, diretor de Expansão e Novos Negócios da Dream.
A companhia conta com portfólio de 1.100 produtos dos quais parte é desenvolvida exclusivamente pela empresa. A Dream é autorizada a levar para suas lojas personagens icônicos de toda linha Disney, incluindo, por exemplo, Marvel e Pixar, que não são fabricados em nenhum outro lugar. Entre alguns dos produtos disponibilizados na ABF Expo, onde a loja de licenciados e colecionáveis debutou este ano, estavam artigos de papelaria, como mochilas, cadernos, canecas, garrafas de água, semijoias das princesas, a estátuas dos vilões e dos heróis mais famosos do universo Disney.
O diretor afirma que 80% do faturamento de algumas das 10 lojas em operação são representados pela venda de itens exclusivos fabricados no Brasil pela Tenda.
Antunes destaca que o diferencial da marca é a experiência de compra na loja física. “Nossa loja é bastante lúdica, imersiva e levamos todo o encantamento dos nossos produtos para os nossos clientes. Com isso, agradamos, desde a criança até o adulto”, pontua o executivo.
As unidades da rede estão no estado paulista, mas ainda não chegaram à capital. O plano de expansão inclui a abertura de uma loja em Recife, em Pernambuco, e outra em Jundiaí, até o final deste ano. Para os próximos 5 anos, a meta é alcançar 100 unidades abertas em todo País.
A nova unidade paulista terá 1.200 m² e serviço de café integrado. “Será uma experiência nova e um modelo já evoluído do que a gente teve até hoje”, afirma Antunes. A Marvel Store, com 800 m², localizada no Shopping Dom Pedro, em Campinas, não faz parte do plano de franquia. “Este é um case de sucesso e também um plano para, no futuro, a gente desenvolver também, mas isso como estrutura própria, não como franquia”, diz.
Segundo Lyana Bittencourt que, agora, gerencia o plano de crescimento da Dream, conta que depois de ser procurada pela empresa, buscou interpretar qual seria a operação mais escalável e o entendimento foi de que seria o modelo de franquias. O potencial de expansão da marca será orientado para a abertura de lojas com foco nas capitais brasileiras. A consultoria procura, ainda, franqueados com perfil multilojas e regiões com essas características para alavancar o negócio. Todo conteúdo de marca para a franchising foi desenvolvido pelo Grupo Bittencourt com aprovação da Disney.
As outras duas empresas lançadas como franqueadoras são a espanhola Verisure, especializada em segurança residencial e patrimonial, e a Intersolid, uma ERP focada em tecnologia para supermercados.
Liderança feminina em painel da ABF
“Liderança feminina” foi um dos painéis de destaque na ABF Franchising Expo, a principal feira do setor de franquias, promovida pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), entre os dias 26 e 29 de junho, no Expo Center Norte em São Paulo. Foi a 31ª edição do evento, com 440 marcas expositoras e 64 mil visitantes.
Com mediação de Fabiana Estrela, diretora-executiva da ABF, participaram do painel Sedy Novais, franqueada CNA, e Renata Malheiros, coordenadora do programa Sebrae Delas.
As conferencistas chamaram a atenção para o avanço significativo da presença feminina nos negócios. Entre os associados da ABF, de acordo com Fabiana, quase metade dos que empreendem são mulheres. Por outro lado, cerca delas 20% ocuparem cargos de liderança, um percentual baixo em comparação ao homens.
Fabiana destacou que a presença da mulher nos negócios, como também de outros grupos minorizados cultural, econômica e socialmente, promove diversidade. “Quando se fala em inovação, a gente precisa ter todos os talentos à nossa disposição para atender um consumidor cada vez mais plural, e para isso, a gente precisa ter uma visão plural também. Então, contar com liderança feminina não é só uma questão de justiça social e cultural, mas é uma questão de inovação também e de gerar valor nos nossos negócios”, defendeu.
Imagens: Divulgação e MERCADO&CONSUMO