Faturamento das MPEs paulistas tem aumento de 2,2% em outubro

Com uma receita total de R$ 51,9 bilhões em outubro, as micro e pequenas empresas (MPEs) instaladas no Estado de São Paulo registraram aumento de 2,2% no faturamento real (já descontada a inflação) na comparação com o mesmo período de 2016.

Foi o oitavo mês seguido de elevação na receita das MPEs em um mês em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os números são da pesquisa Indicadores, realizada pelo Sebrae-SP. O principal fator a contribuir para a recuperação dos ganhos das MPEs é a queda da inflação, que preserva o poder de compra da população.

“Os pequenos negócios refletem fortemente a situação econômica atual. O registro de alta da receita pelo oitavo mês consecutivo demonstra que o Brasil reencontrou o ritmo do crescimento. E melhor: tudo indica que esse movimento vai continuar, propiciado pelo espalhamento da recuperação da economia. Com a projeção de alta nas vendas do Natal e o bom desempenho da indústria, em especial a de bens intermediários, devem fechar em alta em 2017”, afirma Paulo Skaf, presidente da entidade.

Por setores, a indústria apresentou crescimento de 17% no faturamento em outubro ante o mesmo mês do ano passado. No comércio, o aumento foi bem mais discreto, de apenas 0,3%; por outro lado, os serviços registraram queda de 0,4% em igual período.

O bom resultado da indústria pode ter conexão com o abastecimento do varejo para as vendas de fim de ano em nível superior ao de 2016. As vendas dos setores de comércio e os serviços podem ter sofrido uma acomodação, já que desde agosto o mercado não tem a injeção de recursos das contas inativas do FGTS.

“Tendo em consideração o desempenho das micro e pequenas empresas até outubro, a previsão é que elas cheguem ao final de 2017 com um faturamento de 5,5% a 6% maior do que o de 2016”, explica Bruno Caetano, diretor superintendente do Sebrae-SP. “Essa perspectiva considera o momento da economia brasileira, que se mostra mais positivo do que no passado recente, além do fato de, no acumulado de janeiro a outubro deste ano, o faturamento já apresentar elevação de 6% sobre o mesmo intervalo de 2016.”

Na análise por regiões, o faturamento das MPEs do Grande ABC foi o melhor: avanço de 13,1% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o primeiro crescimento na receita real da região depois de 29 meses de reduções consecutivas no faturamento real em um mês sobre o mesmo mês do ano anterior.

As MPEs do município de São Paulo viram seu faturamento se elevar 5,4%; entre as localizadas no interior do Estado, a expansão do faturamento foi de 3,1% e as da região metropolitana de São Paulo faturaram 1,4% mais em outubro do que em outubro de 2016.

Ainda na comparação entre outubro deste ano e outubro de 2016, houve crescimento de 9% no rendimento dos empregados (descontada a inflação); diminuição de 6,2% no pessoal ocupado e queda de 5,6% na folha de salários.

Microempreendedor Individual

O Microempreendedor Individual (MEI) registrou alta de 12,8% no faturamento em outubro ante o mesmo mês do ano passado. Foi o quarto aumento consecutivo no indicador de receita real na comparação de um mês como igual período do ano anterior. A receita total dos MEIs paulistas em outubro ficou em R$ 4,3 bilhões.

Por setores, em outubro de 2017 sobre outubro de 2016, a receita do MEI da indústria ficou 3,7% menor. Em contrapartida, o MEI do comércio viu o faturamento se elevar 28,7% e no setor de serviços, os ganhos cresceram 8,3%.

Em outubro deste ano sobre outubro de 2016, o MEI da região metropolitana de São Paulo apresentou expansão de 16,7% no faturamento e o do interior do Estado registrou aumento de 8,4% na receita real.

Expectativas

Em novembro, 42% dos donos de MPEs paulistas disseram acreditar em aumento do faturamento dos seus negócios nos próximos seis meses. Há um ano, 36% cogitavam essa possibilidade. Também 42% falam em estabilidade na receita, ante 48% em novembro de 2016.

Quanto aos próximos seis meses da economia, a maioria dos empresários entrevistados (43%) aguarda manutenção no nível de atividade. Outros 35% falam em melhora.

Os MEIs, no entanto, estão mais cautelosos em relação aos próximos seis meses no que diz respeito ao faturamento de seus negócios. Para 53% deles, haverá melhora nesse quesito ante 57% que consideravam essa hipótese em novembro de 2016. Em relação à economia brasileira, 47% afirmaram, em novembro, crer em estabilidade; no mesmo mês de 2016, essa era a opinião de 40% deles. Na pesquisa atual, 37% afirmaram prever melhora, índice inferior aos 46% de novembro do ano passado.

A pesquisa foi realizada com apoio da Fundação Seade e entrevistou 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os MEIs são definidos como os empreendedores registrados sob essa figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei 128/2008. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.

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