Embora veja o produtor cauteloso quanto a taxa de juros, o banco Santander espera realizar R$ 2 bilhões em negócios na Agrishow, principal feira agrícola do País. Segundo o superintendente regional de negócios do Santander, Ricardo França, o montante será garantido por uma linha de taxa pós-fixada, espelhada à linha do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e por um modelo de consórcio estruturado a uma taxa de 11,25% para operações fechadas em até 92 meses.
“A gente acompanha muito a Tabela Focus, vê queda de juros tímida neste ano, mas ano que vem cedendo ainda mais. Falando em pós-fixado, chegamos muito próximo ou até em taxas menores do que BNDES ou Moderfrota”, afirmou França em coletiva de imprensa no evento. “Já fizemos a aprovação de muitos créditos e limites em visitas pelo interior de São Paulo e abrimos a feira com R$ 200 milhões em negócios já fechados”, completou.
Em 2022, o Santander apostou no consórcio na Agrishow em função da escassez de máquinas e equipamentos na feira. A restrição de entrega vinha sendo gerada também por efeitos de restrição de equipamentos com a guerra na Ucrânia. França afirma que os consórcios somaram R$ 430 milhões no ano passado e todos os clientes foram todos contemplados. A expectativa em 2023 é contemplar 95% dos produtores em até 120 dias e, mesmo com as condições melhores para entrega dos equipamentos, o consórcio permanece como foco.
França ressaltou que muitos produtores de soja e milho têm segurado as vendas dos produtos, em busca de preços mais atrativos. Os modelos de crédito ofertados na feira, segundo ele, não apenas contemplam a aquisição de máquinas, mas também esses produtores que buscam melhores condições de financiamento em períodos de dificuldade. “O objetivo é dar o suporte para este cliente no curto prazo”, afirmou o executivo.
Com informações de Estadão Conteúdo (Gabriela Brumatti)
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