A captura de dados dos consumidores e sua adequada utilização com a IA serão fatores fundamentais para elevar os resultados do varejo. Essa foi a conclusão do painel que reuniu, no último dia do Web Summit Rio, Fabio Faccio, CEO da Renner, Flávia Barros, CMO da Leroy Merlin, e Victor Popper, CEO da Loja Integrada, com moderação do repórter da CNN Brasil, Cléber Rodrigues.
Faccio destacou que empresas de moda, como a Renner, precisam analisar não apenas dados dos consumidores com o apoio da IA, mas também considerar as características dos produtos, já que existem diferentes tamanhos e cores das mesmas mercadorias. A Inteligência Artificial pode ajudar a adequar a oferta, apresentando aos clientes os itens que eles têm maior chance de comprar.
Flávia, por sua vez, destacou a necessidade de aliar aos dados objetivos o conhecimento da psicologia do consumidor. “Nenhuma IA substitui a humanidade, um atendimento mais próximo dos clientes”, explicou. Pesquisas da Leroy Merlin mostram que reformar a casa provoca nas pessoas uma sensação de progresso e forte satisfação emocional. Esses sentimentos também precisam ser considerados, exemplificou a CMO.
Coube a Popper as falas mais espontâneas. Ele acredita que a IA vai mudar completamente o ambiente dos negócios. “Eu pedi para minha filha de 12 anos produzir um post para as redes sociais da minha empresa. Ela fez, com ajuda da Inteligência Artificial. Eu postei, e os resultados foram melhores do que os das postagens do nosso time de comunicação”, comentou. Popper é radical ao valorizar o poder das ferramentas de IA. “Todo mundo tem que ser um psicopata de IA ou ter um na sua empresa”, exagerou.
Em alguns pontos, todos concordaram: a IA está só começando, mas não dá para esperar; é preciso testar para aprender a usá-la. E os dados, sozinhos, não produzirão respostas aos grandes desafios do momento. É preciso conhecer o negócio e usar a tecnologia em favor das estratégias das empresas.
Imagem: Luiz Alberto Marinho