Soneda aposta nas classes A e B com megalojas e foco em experiência

Rede de perfumarias se digitalizou na pandemia e oferece mais serviços e conveniência

Área de perfumaria importada na Soneda da Rua Augusta, em São Paulo

Abrir uma loja na Avenida Paulista, no coração de São Paulo, era um sonho antigo de Minoru Kamachi, diretor da Soneda Perfumaria. “Eu só não imaginava que seria num prédio assim”, relata ele dentro da unidade inaugurada recentemente na esquina com a Rua Augusta, num espaço que já abrigou um banco e foi totalmente remodelado pelo escritório Kawahara & Takano Retailing.

De fora, o projeto chama a atenção pela arquitetura composta por um cubo de vidro que parece flutuar sobre quatro pilares recuados. Lá dentro, os consumidores encontram serviços e experiências, além de produtos de mais de 200 marcas. O ponto também permite maior acesso às classes A e B, um dos atuais focos da empresa.

“Nossa ideia foi fazer uma loja que a gente gostaria de visitar”, diz Kamachi. Depois de oito viagens a Nova York para conhecer as tendências do varejo americano na tradicional feira promovida pela National Retail Federation, ele conta que viu de tudo. “Mas queremos inspirar e melhorar mercado nacional, mostrar que a gente também pode fazer melhor e avançar.”

A Soneda Perfumaria foi criada em 2018 pela família Kamachi após a aquisição da rede Perfumaria 2000. Hoje, tem 31 lojas distribuídas por 15 cidades. A primeira loja com foco nos clientes de maior renda foi aberta na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no ano passado. “Antes, nosso foco era principalmente a classe C. Agora, a gente quer trazer um pouco as classes A e B para a Soneda. Mas a loja é democrática. Temos produtos super premiuns e produtos populares. Queremos que qualquer pessoa se sinta em casa.”

Digitalização na pandemia

Desde junho de 2020, a Soneda mantém um canal de e-commerce, que atualmente representa 3% das vendas. Os produtos também podem ser encontrados no superaplicativo Rappi. “Nosso DNA é a loja física, mas a gente entende que precisa pensar no todo de fato e ser multicanal.”

Além da digitalização, o fortalecimento da relação com a indústria foi, segundo Minoru Kamachi, outro fator fundamental para a sobrevivência e a ampliação dos planos em plena era de Covid-19. “Se eu apertar muito meu fornecedor, ele vai quebrar. Se eu cobrar muito do meu cliente, ele vai sumir. Esse exercício da empatia foi o segredo para passarmos pela pandemia”, diz o diretor.

Ponto de encontro na Paulista

A unidade da Paulista com a Augusta tem ilhas especiais de 11 grandes marcas (P&G, Unilever, Coty, Wella, L’oreal, Truss, Johnsons, Maestral, MultB, Nívea e Eico), nove delas logo na entrada. Nesses locais, que funcionam com torres de experiências, o público pode ver os lançamentos das marcas em primeira mão, além de experimentá-los, receber curadorias e fazer suas compras.

A loja também conta com o Soneda Studio, um salão de beleza com paredes de vidro que permitem que clientes e pedestres vejam os serviços de cabelo, maquiagem e design de sobrancelhas que são oferecidos no local para quem faz compras na loja. Outro destaque é a Soneda Drugstore, com produtos da categoria de dermocosméticos e outros não farmacêuticos.

Os clientes podem escolher fazer compras com cestas pretas, que indicam que eles não precisam de ajuda de atendentes, ou roxas, que são a deixa para uma aproximação. “Nossa principal reclamação é por excesso e não por falta de atendimento”, conta Kamachi.

Uma segunda parte da loja será concluída dentro dos próximos seis meses: será um rooftop, que terá um espaço de bem-estar, saúde, beleza e uma cafeteria.

Soneda aposta nas classes A e B com megalojas e foco em experiência

Imagens: Mercado&Consumo

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