Entidades que representam o comércio brasileiro comemoram a decisão do Banco Central de reduzir, pela primeira vez em três anos, a taxa Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta, 2, um corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros da economia, para 13,25% ao ano.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) diz que considera a decisão acertada diante do fato de que a inflação no Brasil é hoje umas das mais baixas do mundo. “O início do ciclo de queda da taxa de juros é um primeiro passo para um novo momento do varejo brasileiro”, diz a CNC, em nota.
A confederação analisa que esse movimento, mesmo que seja feito de forma gradual, vai aliviar o orçamento das famílias e das empresas que se endividaram muito na pandemia, abrindo espaço para o aumento do consumo e para a melhoria das condições de crédito.
Para Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a decisão do Banco Central foi acertada tanto quando se fala na magnitude do corte dos juros quanto no momento econômico em que essa redução foi feita.
“O corte se mostra correto considerando, principalmente, as quedas nos índices de inflação e as perspectivas para os próximos anos, assim como a melhora da avaliação do Brasil em agências de classificação de risco”, diz a FecomercioSP em comunicado.
A federação analisa que só faria sentido manter a taxa básica de juros no patamar anterior, de 13,75% ao ano, se a inflação dos serviços estivesse elevada ou se o mercado estivesse esperando por preços inflacionados nos próximos anos. Esse era o cenário até recentemente e, por isso, a FecomercioSP apoiava a decisão do Banco Central de segurar a Selic até agora, mesmo diante das pressões políticas.
“Nas últimas semanas, diversas notícias boas tomaram conta do ambiente econômico: o Brasil teve uma melhora na sua nota de crédito da Fitch, uma das maiores agências de classificação de risco do mundo, o que ajuda a manter o câmbio equilibrado e favorece as perspectivas do país no cenário global. Internamente, os preços dos alimentos – que foram vilões durante a pandemia – apareceram comportados nos relatórios, por consequência, justamente, dos dois primeiros pontos citados. Junta-se a isso a competitividade brasileira em relação às economias semelhantes, em termos de mercado, mas também institucionais.”
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