Foi inaugurado no Rio de Janeiro o primeiro espaço colaborativo para experimentação tecnológica no setor têxtil, de confecção e moda. O Fashion Lab, desenvolvido pelo SENAI CETIQT, conta com 400m² de infraestrutura destinada à criatividade e inovação, composto por maquinário de alta tecnologia para criação e implementação de novos produtos e processos.
A iniciativa também possibilita a criação de estratégias de comercialização e experiências de consumo. Para isso, os usuários contam com um ponto de vendas híbrido (virtual + físico), além de um ponto de vendas totalmente em ambiente virtual. Por meio de óculos de realidade virtual, é possível, por exemplo, ‘passear’ por uma loja.
“O Fashion Lab é um espaço maker que unirá empresas, profissionais, alunos, startups e universidades para criação de produtos inovadores, desenvolvendo projetos que virem negócios de verdade”, explicou Fabian Diniz, gerente do Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção do SENAI CETIQT.
Sérgio Motta, diretor-geral da instituição, destacou que “o Fashion Lab traz ao profissional do setor a possibilidade de testar competências, projetos e processos relacionados ao futuro da moda”.
Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) afirmou que o espaço viabiliza a aproximação de empresários de todos os portes com as melhores tecnologias disponíveis no mercado hoje. “É um espaço democrático, que permite com que as indústrias façam experimentações, já pensando no futuro. Muitas delas não teriam condições de ter esses equipamentos em suas plantas, nem parar a produção para realizar testes. Isso mostra toda a importância do ‘Sistema S’ para o desenvolvimento da tecnologia nacional”, explicou.
Com espaço integrados, o laboratório possui, de um lado, uma área com máquinas para prototipagem, como sistemas virtuais, impressoras 3D e 4D multimateriais, fresadora de alta precisão, cortadora a laser multimateriais e cortadora de vinil; e do outro lado, uma Fábrica Modelo, com maquinário completo e novas tecnologias para experimentação de processos produtivos mais enxutos de confecção. Neste espaço, são ofertados serviços como aplicação do conceito Lean, fluxo contínuo, estudo de tempos e métodos, balanceamento da célula, menor desperdício, maior produtividade; além de integração dos processos, padronização do produto com qualidade assegurada, confiabilidade nos processos, e menor índice de não conformidade devido a otimização dos métodos.
“A moda é a ponta do iceberg, que puxa toda a cadeia têxtil e tangibiliza o que é feito no setor. E é justamente no Fashion Lab que temos um ambiente propício para pensar a moda de uma forma diferente, alinhada às tendências e à Indústria 4.0. Não dá para se pensar moda como antigamente diante do cenário que temos para o futuro, onde o consumo faz parte da cadeia produtiva”, discursou o diretor do SENAI CETIQT.
“Muitos modelos industrias atuais não têm o tempo de resposta para o mercado que a gente precisa hoje. O mercado muda muito rápido e precisamos gerar processos e modelos mais assertivos. Por ser um laboratório aberto, conseguimos experimentar o que é mais disruptivo, temos pessoas e equipamentos que fazem pensar fora da caixinha para encontrar soluções e inovar”, destacou Bernardo Barbosa, consultor técnico e responsável por coordenar as ações do Fashion Lab e da Fábrica Modelo. De acordo com ele, o uso do espaço se dará por meio do pagamento de taxas – mensais, por hora, ou por equipamento -, de acordo com a necessidade de cada cliente. “Primeiro entendemos a necessidade do fabricante ou empresário para ver de que forma e por quanto tempo ele utilizará cada um de nossos espaços”, explicou.
O laboratório também conta com um espaço para workshops e cursos. A Casa Firjan, unidade da Federação das Indústrias focada em inovação, é uma das parceiras do espaço e irá realizar eventos para compartilhar seus conteúdos teóricos em competências inovadoras com os usuários do espaço.