Emprego seguirá forte nos Estados Unidos, apesar de Ômicron

Relatório de emprego deve mostrar a criação de 405 mil vagas em dezembro e a taxa de desemprego deve cair para 4,1%

Emprego seguirá forte nos Estados Unidos, apesar de Ômicron

Economistas dizem que esperam que o mercado de trabalho dos Estados Unidos se fortaleça nos próximos meses, apesar do aumento nos casos de covid-19 devido à variante Ômicron.

O último relatório de emprego do Departamento de Trabalho, a ser divulgado na sexta-feira, deve mostrar a criação de 405 mil vagas em dezembro e a taxa de desemprego deve cair para 4,1%, de acordo com economistas consultados pelo The Wall Street Journal.

O relatório surge no momento em que os especialistas estão reduzindo suas estimativas de crescimento econômico em meio ao aumento dos casos de coronavírus, que levaram alguns consumidores a ficar em casa e alguns negócios a fechar temporariamente.

“As empresas sabem que, do outro lado da onda, seu maior problema será conseguir trabalhadores”, disse Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics, que cortou sua projeção de crescimento do produto interno bruto dos EUA no primeiro trimestre de 5,2% para 2,2% na comparação anual, devido ao avanço da variante Ômicron.

Zandi citou a experiência anterior da variante Delta da covid-19 que se espalhou nos EUA no verão: ela desacelerou o crescimento econômico do terceiro trimestre, mas teve um impacto relativamente pequeno nas contratações.

Aumento de juros de curto prazo

A força do mercado de trabalho, junto com a inflação em rápido aumento, será a chave para as deliberações dos formuladores de política do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre quando e quanto aumentar as taxas de juros de curto prazo.

Em meados de dezembro, o Fed preparou o terreno para aumentos das taxas de juros a partir da primavera, com a maioria dos dirigentes do banco central projetando aumentos de pelo menos 0,75 ponto porcentual em 2022 em meio à preocupação com o potencial de inflação permanecer alto.

Os banqueiros centrais temem que, em vez de simplesmente ameaçar restringir o crescimento econômico, um aumento nos casos da covid-19 também possa prolongar a alta inflação, aumentando as restrições de oferta. Mas dados da África do Sul e do Reino Unido sugerem que a Ômicron pode causar doenças menos graves do que as cepas anteriores, levando alguns economistas a esperar que a atual onda de infecções possa atingir o pico nas primeiras semanas do ano.

Não se espera que as autoridades do Fed aumentem as taxas de juros em sua próxima reunião de política, marcada para 25 a 26 de janeiro. Mas alguns economistas e investidores acham que os legisladores podem considerar a elevação dos custos dos empréstimos na reunião subsequente, em março.

“Quando o Fed se sentar em meados de março, esperançosamente [o avanço da Ômicron] terá acabado”, disse Ian Shepherdson, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, acrescentando que os funcionários do banco central devem olhar “para frente, não para trás”.

Falta de trabalhadores

Trabalhadores nos Estados Unidos estão deixando seus empregos em taxas recordes, trocando funções por melhores condições de trabalho e salários. Os funcionários pediram demissão de 4,2 milhões de empregos em outubro, pouco antes do recorde de setembro, de 4,4 milhões de demissões.

Isso deixou os empregadores com dificuldades para encontrar e reter pessoal. Uma pesquisa de dezembro com executivos do Federal Reserve de Dallas descobriu que o fator mais comumente citado que restringe as receitas das empresas é a falta de trabalhadores devido à dificuldade de contratação, absenteísmo e infecções ou quarentenas por covid-19. Cerca de 45,8% dos entrevistados citaram a falta de pessoal como a principal restrição às vendas, ante 21,4% em julho de 2020.

Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
Imagem: Shutterstock

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