Quase metade das empresas veem urgência em aperfeiçoar a área de Compliance

Os dados são da pesquisa Anticipating more scrutiny, desenvolvida pela KPMG

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Quase metade (45%) das empresas globais enxergam o compliance, com suas regulamentações específicas, como a área mais crítica a ser aperfeiçoada. Além disso, 43% das empresas indicam os novos requisitos regulatórios como o principal desafio de compliance enfrentado e 48% das organizações ainda não iniciaram implementação de sustentabilidade e ESG em seus programas.

Os dados são da pesquisa Anticipating more scrutiny, desenvolvida pela KPMG a partir das perspectivas de 240 CCOs (Chief Compliance Officer), representantes das maiores empresas que operam em seis setores industriais do mundo.

O objetivo foi criar um panorama atual e de dois anos sobre as principais áreas de foco em ética e compliance, incluindo a complexidade regulatória, os desafios operacionais, o estímulo a uma cultura ética, sustentabilidade/ESG e a inovação/evolução tecnológica.

Os resultados também indicam que a maioria (73%) das empresas esperam que o nível de foco no compliance aumente com base nas expectativas regulatórias. Além disso, 63% dos respondentes concordam que o compliance é a principal área a se aprimorar e, por isso, esperam um orçamento de tecnologia mais elevado.

“Nesse período de grandes atividades regulatórias, o compliance sofre uma grande pressão para ser aperfeiçoado, abrangendo várias áreas da empresa. Nesse sentido, o investimento em tecnologia e análise de dados é fundamental”, diz Emerson Melo, sócio-líder da prática Forense da KPMG no Brasil e colíder na América do Sul

Regulamentações globais

Um dos principais fatores da necessidade de melhoria e pressão são as grandes regulamentações globais, que aumentam o risco de compliance e complementam-se às operações de compliance usuais. Os órgãos reguladores buscam evidências comprovadas dos desafios críticos de compliance, das habilidades de domínio e da avaliação dinâmica dos riscos, bem como de recursos e investimentos adequados.

Na prática, para mitigar os riscos e alcançar mudanças, a pesquisa sugere que as empresas devem monitorar as atividades das partes interessadas, como as propostas de acionistas, as expectativas do investidor, os posts em mídias sociais (público e funcionário), as reclamações de consumidores e as denúncias. Outras práticas recomendadas são o rastreamento, recebimento/resolução de documentos, preparação e divulgação de informações e auditorias.

Dos que responderam à pesquisa, 53% afirmam que essa pressão por melhora surge do conselho administrativo e 43% disseram vir dos órgãos reguladores. As regulamentações setoriais estão no topo da lista das principais áreas que têm como foco o compliance.

De forma consistente com os desafios de atender a uma fiscalização e às expectativas regulatórias crescentes, a maioria dos CCOs diz estar buscando melhorias em processos relacionados a regulamentações específicas ao setor. Um terço deles (33%) disseram focar na proteção de ataques cibernéticos de informações.

A pesquisa também apresenta expectativas de ações para dois anos. O resultado mostrou que há uma preocupação em demonstrar “valor do negócio” em compliance, tendo como métricas promover a cultura de compliance como uma estratégia para toda a empresa, o aumento da confiança, a segurança digital e o estímulo à unidade de negócios com responsabilidade.

Imagem: Shutterstock

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