O que esperar da NRF 2025

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Todo início de ano, pelo menos nos últimos 115 anos, a NRF tem servido como um potente direcionador do que impactará o negócio do varejo, seja no curto, médio ou longo prazo.

Foi assim na última NRF, com o tema retail media, que abriu de vez a cabeça tanto dos anunciantes, com a oportunidades de ter um novo canal para chegar até seus consumidores, quanto do varejo, que viu uma excelente chance de desenvolver uma nova fonte de receita e valorizar os dados que permeiam seu negócio.

Em outros anos, ouvimos à exaustão temas importantes como a importância do omnichannel, ou menos tangíveis, como metaverso, que, particularmente, considero um delírio coletivo. Nada que tire a importância de estar presente e atento ao que acontece em Nova York nesta semana de janeiro.

Como escrevi no meu último artigo, “Em função da pandemia, grande parte do varejo e dos negócios teve que passar por um ciclo forte de ajustes. Tanto que o back to basics, o básico bem-feito, foi o tema da NRF de dois anos atrás. Como consequência desse cenário, a digitalização e a ampliação dos canais de relacionamento foram a agenda prioritária, imposta “goela abaixo”, em busca de maior eficiência e por uma questão de sobrevivência dos negócios.”

O que esperamos encontrar nesta NRF?

A velocidade com que a IA está impactando os negócios será mostrada em casos reais e aplicações práticas em diferentes painéis e apresentações. As oportunidades de automação do backoffice,  otimização da logística, melhor gestão de estoque e autonomia das equipes serão apresentados sob a ótica da Inteligência Artificial. Cada vez mais, a tecnologia está ajudando a tirar do papel, iniciativas que exigiam um grande investimento e infraestrutura para sair da prancheta.

Retail media continua sendo um tema importante e em desenvolvimento. Esse conceito vem sendo liderado pelos grandes players digitais, nos quais a utilização de dados para comprovar a performance está cada vez mais disseminada. No entanto, existe uma clara oportunidade de transpor essa mentalidade digital para o ambiente das lojas físicas, que são responsáveis por 80% de todo que é comercializado no varejo. Estar próximo do momento de decisão de compra, de maneira segmentada, sempre foi objetivo dos anunciantes. Hoje, as lojas de varejos têm a oportunidade de aproximar seus negócios dos anunciantes por meio de dados e do poder do retail media.

A conjunção de utilização de dados de clientes (CRM, mapeamento da jornada do cliente, múltiplos canais de relacionamento, integração do on e off) com a Inteligência Artificial permite que um maior número de negócios explore a oportunidade de hiperpersonalizar suas mensagens aos clientes. O que antes dependia de uma infraestrutura pesada e complexa, hoje em dia se torna mais leve e automatizada.

O varejo tem uma necessidade vital de criar conteúdo constante para captar todas as oportunidades do seu extenso calendário. O marketing acompanha essa transformação e se vale da Inteligência Artificial para aumentar sua capacidade de influenciar comportamento de maneira mais imediata, eficiente e plural, transformando os negócios de varejo em verdadeiras máquinas de conteúdo. Seja para explicar um novo produto​, demonstrar benefícios​, gerar interesse​ e engajamento, ou conhecer situações de uso​. Seja para adaptar a linguagem em diferentes sotaques regionais ou na criação de vídeos, está ocorrendo uma verdadeira revolução na produção de conteúdo de marketing, e teremos exemplos claros na NRF 2025.

Não existe uma única receita de bolo para todos

Ao participar de uma imersão de tendências e inovações, como são os dias na NRF, é importante ter um autoconhecimento do seu negócio. Absorver o conteúdo sem um critério de aplicação pode ser uma atividade angustiante, que gera mais ansiedade e sensação de estar perdido no meio de um tiroteio do que inspiração.

Reflita sobre seu negócio, entenda seu consumidor, esteja aberto para observar oportunidades em setores totalmente diferente do seu e haja rápido.

2025 já começou. Nos encontramos em Nova York.

Alexandre van Beeck é executivo de CX, Inovação, Estratégia e Negócios.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

Imagem: Mercado&Consumo

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