Inadimplência entre pessoas físicas pode atingir 5,37% em janeiro, aponta Ibevar

Alta em relação a novembro e dezembro reflete aumento nos atrasos em recursos livres

inadimplência

A inadimplência em recursos livres pode atingir 5,37% em janeiro de 2025, de acordo com projeção elaborada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) em parceria com a Fia Business School. O índice previsto está entre 5,04% e 5,70%, representando uma alta em relação aos meses anteriores: 0,01 ponto percentual em comparação com novembro e 0,04 ponto percentual em relação a dezembro de 2024.

Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da Fia Business School, explicou a expectativa para o período. “Considerando o aumento de atrasos [em recursos livres] observado, é razoável esperar uma taxa de inadimplência entre a média (5,37%) e o limite superior (5,70%) do intervalo estimado para o mês de janeiro de 2025”, afirmou.

Empresas

Em novembro, 7 milhões de empresas estavam inadimplentes no Brasil, representando 31,9% das companhias ativas, de acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. O levantamento apontou 50,4 milhões de dívidas no período, somando R$ 153,4 bilhões, o que equivale a uma média de sete contas atrasadas por CNPJ.

Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, atribui o cenário à alta taxa de juros no país. “Com a alta da taxa de juros, o acesso ao crédito para as empresas fica mais limitado e mais caro. Isso afeta diretamente a capacidade das companhias de gerenciar seu fluxo de caixa e cumprir suas obrigações financeiras. Além disso, os juros altos podem reduzir a demanda por produtos e serviços, pois consumidores e negócios enfrentam custos de crédito mais elevados, resultando em menor receita. Esse cenário cria um ciclo vicioso: o difícil acesso ao crédito e a queda na receita prejudicam a saúde financeira das empresas, elevando a inadimplência e tornando o ambiente de crédito ainda mais restritivo”.

O setor de serviços liderou os atrasos, concentrando 55,1% das dívidas, seguido pelo comércio, com 35,6%. Entre os credores, o segmento de serviços também apresentou o maior volume de dívidas (31,1%), seguido por bancos e cartões (21,4%).

As micro e pequenas empresas (MPEs) representaram 6,5 milhões do total de negócios inadimplentes, com dívidas acumuladas em R$ 131,8 bilhões. Cada uma dessas empresas possuía, em média, sete contas em atraso.

No recorte estadual, Alagoas registrou a maior taxa de inadimplência entre empresas, com 41,7% dos CNPJs negativados, seguida por Roraima (40,8%) e Distrito Federal (40,4%).

Imagem: Shutterstock

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