A queda nas vendas é apontada por 76% dos entrevistados como o principal motivo para o mau desempenho. Outros 65% citaram redução no número de clientes, 53% indicam a alta nos insumos, e 45% apontam os empréstimos realizados durante a pandemia como um fator que prejudica o resultado. Além disso, 40% das empresas têm dívidas em atraso, um aumento de 4 pontos percentuais em relação à pesquisa de fevereiro.
Das empresas que têm pagamentos em atraso, 79% devem impostos federais, 45% impostos estaduais, 34% encargos trabalhistas e previdenciários, 29% serviços públicos (água, gás, energia elétrica), 29% taxas municipais, 23% devem a fornecedores de insumos e 21% estão com o aluguel atrasado.
“Tivemos uma piora do quadro em quase todos os índices medidos. Com dificuldade no desempenho, cresce também o número de empresas endividadas, com impostos atrasados e parcelas de empréstimos em aberto. Apesar disso, em vez de ajuda, recebemos sinalização de que os bares e restaurantes não podem contar com benefícios como o do Perse. É uma situação limite para muitos empreendedores e que pode causar ainda mais perdas para o setor e para o país”, alerta Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Índices de inadimplência cresceram
A pesquisa também revelou que 68% dos bares e restaurantes têm empréstimos bancários contratados. A inadimplência é de 27% entre os que conseguiram recursos de linhas regulares, um aumento de 6 pontos percentuais em relação à pesquisa de fevereiro. Entre os que aderiram ao Pronampe, a inadimplência é de 18%, 5 pontos percentuais a mais do que o registrado na última pesquisa. O levantamento ouviu 1513 empresários de todo o país.
“A situação é alarmante para um setor que emprega cerca de seis milhões de pessoas em todo o país. Como já alertamos, é necessário que sejam criadas medidas de apoio específicas para os bares e restaurantes, a fim de evitar que mais empresas fechem suas portas e que mais pessoas percam seus empregos. A piora no quadro é evidente, e as autoridades não podem mais fechar os olhos para o problema como vêm fazendo”, completa Solmucci.
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