Depois de enfrentar uma série de crises e resultados negativos persistentes, a matriz espanhola do Grupo Dia entregou 100% da operação da rede de supermercados no Brasil pelo valor simbólico de 100 euros – o equivalente a R$ 568,19. Em comunicado à Comissão Nacional de Valores Mobiliários, a companhia informou que o comprador é a Lyra II Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia.
A controladora do grupo brasileiro comprometeu-se a injetar 39 milhões de euros em recursos adicionais para que o Dia Brasil possa continuar os seus negócios mediante o processo de recuperação judicial, no qual se encontra desde 14 de março.
No mesmo comunicado, o grupo afirma a expectativa de um impacto contábil negativo estimado em 101 milhões de euros que, convertidos em reais, ao câmbio de R$ 5,68, ultrapassam os R$ 573 milhões. Apesar da entrada do fundo de contribuição de 39 milhões de euros, a empresa irá destinar 30 milhões de euros para pagamentos de dívidas financeiras já garantidas, 27 milhões de euros pela reclassificação de diferenças de conversão associadas entre real e euro e mais 5 milhões para despesas associadas à transação de compra e venda.
A empresa voltou a reafirmar que os trâmites promovem “uma saída limpa em relação ao comprador” e que permitirá ao Grupo Dia focar em seus mercados mais rentáveis e com maior potencial de crescimento, como Espanha e Argentina. Nesses países, destaca, o grupo, atualmente, “alcançou uma posição relevante com uma estratégia focada na distribuição de alimentos de proximidade”.
Saída do Brasil
Desde o ano passado, a venda de toda rede no Brasil já vinha sendo cogitada. Em março deste ano, a varejista iniciou um processo de liquidação de todos os produtos disponíveis nas 343 lojas que foram fechadas no País.
Atualmente, o e-commerce está indisponível. No site, constam informações como o histórico da companhia e outros dados institucionais.
Conforme o comunicado à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CMV), emitido há dois meses, pelo diretor financeiro da rede, Guillaume Marie Didier Gras, sediado na Espanha, tratava-se de uma reestruturação que contemplava o fechamento de 343 mercados de baixo rendimento e de 3 centros de distribuição, depois de ter sido feita uma profunda análise sobre os negócios no País.
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