O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de um almoço em São Paulo nesta terça-feira, 3, com associados do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). O cenário econômico do setor varejista, o Pix parcelado e outros temas de interesse do setor foram debatidos no encontro.
De acordo o presidente do Banco Central, ouvir os varejistas é essencial para se avaliar o termômetro da política econômica. “Muitas pessoas questionam a taxa de juros de dois dígitos, mas, mesmo assim, o País está em pleno emprego, sendo o menor nível de desemprego na série histórica”, comenta.
Galípolo disse, ainda, que há “arranjos mais eficientes” na política econômica voltada para o varejo sem mexer na Selic. Um deles seria o Pix parcelado, que será lançado em setembro.
Varejo e Pix Parcelado
O IDV se comprometeu a montar um grupo de trabalho sobre o Pix parcelado para contribuir com o Banco Central com sugestões para o desenvolvimento do produto. Galípolo apoiou a ideia.
“Foi uma reunião muito produtiva. A primeira que realizamos, de forma oficial, com o presidente do Banco Central. Nos colocamos à disposição para contribuir com sugestões na elaboração das políticas do Banco Central”, disse o presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho.
IOF e arrecadação
Na segunda, em outro evento em São Paulo, Gabriel Galípolo disse que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não deve ser usado com o objetivo de elevar a arrecadação nem para substituir aumento de juros.
Ele manifestou receio de que a recente elevação do imposto seja interpretada pelos investidores internacionais como controle de capital.
“Eu sempre tive essa visão de que não deveria utilizar o IOF nem para questões arrecadatórias, nem para fazer algum tipo de apoio para a política monetária. É um imposto regulatório, como está bem definido”, disse Galípolo durante debate promovido pelo Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP).
Em relação ao aumento do imposto sobre o crédito para empresas, o presidente do BC disse que o ideal seria o tributo não afetar a escolha de onde o empresário vai pegar dinheiro emprestado.
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