Três em cada dez empresas do setor de consumo e varejo adotam, de forma parcial ou ampla, a Inteligência Artificial (IA). Esse indicador, no entanto, poderá chegar a 85% nos próximos três anos, o que representa um aumento de mais de 150%, segundo uma pesquisa realizada pela KPMG.
Quanto à implementação da IA generativa, a adoção ainda é mais tímida: apenas 14% das empresas utilizam essa tecnologia atualmente, mas a expectativa é que o número chegue a 60% nos próximos anos.
“O setor de consumo e varejo está avançando consideravelmente na adoção da Inteligência Artificial nas finanças. Houve um aumento no uso da tecnologia devido a benefícios como o processamento de dados, relatórios eficazes, análises preditivas e em tempo real. No geral, a maioria das empresas relatam que retornos gerados estão atingindo ou superando as expectativas e pode acarretar impactos em vários setores no futuro”, destaca o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa.
Em relação ao nível de maturidade do setor na adoção da IA, 55% das empresas já estão em fase de implementação, 27% lideram o uso e apenas 18% ainda estão na etapa inicial. Além disso, as empresas do setor destinam atualmente 9% de seu orçamento à IA. Esse percentual deve crescer para 13,8% nos próximos três anos.
Quando questionados sobre as principais barreiras para a adoção da IA, os executivos do varejo apontaram como maior preocupação a vulnerabilidade em segurança e privacidade de dados, mencionada por 58% dos entrevistados. Em seguida aparecem a falta de habilidades e conhecimento técnico, com 56%, e a dificuldade em coletar dados relevantes e consistentes, com 47%. Apesar dos desafios, o estudo revelou que o setor já registra um retorno sobre investimento (ROI) de 29% com o uso da IA.
“As empresas estão recorrendo à IA em vários aspectos das suas áreas financeiras. Os resultados da pesquisa indicam que a contabilidade e o planejamento financeiro foram as áreas que mais tiveram avanços na implementação e no uso de IA, principalmente, devido aos potenciais benefícios que ela traz para muitas de suas atividades, que podem ir desde o aprimoramento do processamento de dados e de relatórios financeiros até dados em tempo real e análise preditiva”, diz o sócio-líder de tecnologia e inovação para auditoria da KPMG no Brasil, Rodrigo Gonzalez.
Imagem: Envato