Representantes de grandes redes vão se reunir na Semana Varejo com Causa, de 8 a 12 de novembro, para debater como o varejo pode se mobilizar para apoiar causas relacionadas ao combate à miséria e à desigualdade. O evento surgiu a partir da realização da pesquisa “Varejo com Causa: como redes varejistas impulsionam doações no Brasil” encomendada por Editora MOL, Movimento Arredondar e consultoria Cause.
Feita com 287 empresas, a pesquisa mapeou as ferramentas de doação disponíveis no varejo e a percepção dos consumidores sobre essas iniciativas. Os resultados serão apresentados no dia 8 de novembro, às 9h30, com a participação de Beatriz Bouskela, diretora-executiva do Arredondar; Mônica Gregori, cofundadora da Cause; e Rodrigo Pipponzi, co-CEO da Editora MOL. A mediação será feita por Aiana Freitas, editora-chefe do Mercado&Consumo, que é parceiro de mídia do evento.
Entre as empresas entrevistadas, 42% oferecem alguma ferramenta para doação no ato da compra. É o caso do Burger King, rede de fast-food que oferece o arredondamento da compra por meio de centavos de troco e já arrecadou mais de R$ 3 milhões.
“Acreditamos que é possível garantir o desenvolvimento social, cultural e econômico do país”, diz Iuri Miranda, CEO do Burger King Brasil, que participará de um painel no dia 8 sobre a força da frente de caixa para gerar doações. “Esses centavos podem transformar e promover um futuro melhor para milhares de pessoas no Brasil.”
O arredondamento de troco está presente em 21% das empresas que oferecem ferramentas de doação no caixa. A ferramenta mais popular, entretanto, é o produto social, presente em 28% dos varejos doadores.
Esses produtos serão tema de conversa que reunirá Erasmo Toledo, vice-presidente de Negócios da Natura, e Sergio Borriello, CEO da Pernambucanas. Entre 2020 e 2021, a rede de lojas de departamento lançou dois livros sociais. Juntos, eles doaram, no total, mais de R$ 280 mil para o hospital do GRAACC, que oferece tratamento oncológico a crianças e adolescentes. “É um prazer enorme que consigamos fazer isso”, diz Borriello.
“Na Pernambucanas, contamos com mais de 14 mil colaboradores no processo de venda.” A empresa contou com a participação de suas equipes para criar os projetos que esgotaram nas lojas em poucos meses.
Opinião dos consumidores
A pesquisa também ouviu 600 consumidores e constatou que, ainda que o governo seja apontado como o principal responsável por solucionar os problemas socioambientais, a responsabilidade das pessoas e das empresas em fazer alguma coisa é vista como muito próxima.
O levantamento mostra, ainda, que 78% dos não doadores declararam que passariam a doar caso existissem mecanismos facilitadores para doações na loja. A maioria dos entrevistados afirma não se incomodar com a abordagem – presencial ou online – para doar ao finalizar uma compra.
“O varejo tem um grande poder de mobilizar e engajar pessoas, e isso também pode ser aplicado para promover a cultura de doação. Acreditamos que essa pesquisa revela que todos os lugares onde há oportunidade de consumo também podem ser lugares onde há oportunidade de doação”, afirma Roberta Faria, co-CEO da Editora MOL.
Combate à miséria e à desigualdade
Entre os consumidores que realizaram doações na hora da compra, há uma maior predisposição a apoiar causas relacionadas ao combate à miséria e à desigualdade (acesso a saneamento básico, fome zero, moradia). A causa animal aparece como a segunda mais popular, seguida de iniciativas relacionadas ao acesso à saúde e ao bem-estar, o que inclui o combate à covid.
A pesquisa estará disponível para download gratuito a partir do dia 8 no site, que também reunirá cases de sucesso de grandes redes como Raia Drogasil, Petz, GOL Linhas Aéreas e outras, além de soluções para que varejos fortaleçam suas ações de impacto social.
Imagem: Divulgação/ACE