A Unigel vai encerrar as atividades de sua fábrica de fertilizantes em Camaçari (BA), de acordo com o Sindicato dos trabalhadores da indústria química, petroquímica, plástica e farmacêutica do Estado da Bahia (Sindiquímica). Com isso, a entidade representativa dos trabalhadores prevê ao menos 384 demissões após o encerramento da fábrica. Os trabalhadores já cumprem aviso prévio de 30 dias.
O diretor do Sindiquímica, José Pinheiro Lima, afirmou que a entidade tem realizado esforços para encontrar uma solução em conjunto com a Unigel, a Petrobras e o governo da Bahia para que os trabalhadores não fiquem prejudicados.
“Cerca de 30% desses trabalhadores são jovens, recém-formados no Senai Cimatec e desempenham o primeiro emprego. Muitos deles se valendo do emprego já financiaram apartamentos e carros, e agora todos estão preocupados e sem saber o que vai acontecer”, afirmou o porta-voz dos trabalhadores.
De acordo com Pinheiro, o sindicato deve realizar manifestações na próxima semana para sensibilizar as autoridades em busca de uma solução.
A unidade de Camaçari tem capacidade para produzir 475 mil toneladas ao ano de amônia e ureia, importantes fertilizantes utilizados na agricultura. A Unigel investiu R$ 177 milhões em agosto de 2020 para realizar o arrendamento da fábrica de fertilizante nitrogenado (Fafen) em conjunto com uma outra planta semelhante instalada no Sergipe pelo período de 10 anos, ambas pertencentes à Petrobras.
Na época, a previsão da Unigel era a de alcançar R$ 2 bilhões em faturamento com as duas plantas. A expectativa, contudo, foi frustrada em função do cenário macroeconômico desafiador. Fatores como a guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como a forte entrada de fertilizantes nitrogenados importados e a queda nos preços dos produtos impactaram fortemente a companhia.
A Proquigel, subsidiária da Unigel que opera a fábrica de Camaçari, alegou ao Sindiquímica que vem operando a unidade de forma deficitária desde o final de 2022, especialmente em razão do alto custo do gás natural fornecido pela Petrobras, que torna o preço final dos fertilizantes impraticável face aos preços no mercado internacional.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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