Penalty supera crise da pandemia e vê faturamento dobrar em 2022

A empresa, criada em 1970, tem hoje suas três fábricas trabalhando a todo vapor

Penalty supera crise da pandemia e vê faturamento dobrar em 2022

Depois de passar muito perto da ruína financeira, a Penalty conseguiu respirar aliviada com a forte retomada da vida esportiva no País após a pandemia e já observa seu faturamento indicar uma retomada. A empresa, criada em 1970, tem hoje suas três fábricas trabalhando a todo vapor. Uma é dedicada à produção de calçados e caneleiras, na Paraíba, e duas ficam na Bahia: uma produz bolas de futebol, e a outra, meias e linhas elásticas.

No pior momento da pandemia, quando quadras, clubes e escolas ficaram fechados diante da necessidade de barrar o ritmo de transmissão da covid-19, a Penalty aproveitou o momento ruim ao negócio para recalibrar sua prateleira de produtos. O olhar se direcionou aos materiais de maior giro, ou seja, aqueles que entram e saem mais rapidamente das prateleiras das lojas.

Agora, a empresa colhe os frutos e espera uma boa atuação do Brasil na Copa do Mundo – se o hexa vier, mais se venderão acessórios para a prática do futebol, explica o fundador da Penalty e membro do conselho de administração do Cambuci (a dona da marca), Roberto Estefano.

Os números provam a recuperação. Conforme os dados mais recentes divulgados, referentes ao período entre janeiro e setembro deste ano, a receita líquida chegou a R$ 313 milhões, o dobro da obtida um ano antes. Já o lucro foi de R$ 43,9 milhões, cinco vezes maior no comparativo anual.

A Penalty não abre os dados de sua produção mensal, mas diz possuir 45% do mercado de bolas, um segmento que vai bem além do futebol, com produção para vôlei e basquete, e 35% de participação no segmento de chuteiras.

Fornecedor local

Estefano conta que também fez parte da estratégia durante a crise o desenvolvimento de matérias-primas para os produtos, o que garantiu a máxima da marca de “melhor custo-benefício”. A administração da Penalty se debruçou em novas formulações de compostos de borracha e novos laminados para os calçados e bolas.

Mas houve ainda um fator externo que ajudou a dar um gás na recuperação: com a disrupção das cadeias produtivas, com a covid na China e o adicional de guerra entre Rússia e Ucrânia, o produtor nacional saiu na frente para atender à demanda. Hoje, sua dependência da matéria-prima importada é bastante baixa: cerca de 5% do total.

Estefano diz que novos investimentos poderão ser feitos após a troca de governo. Isso, segundo ele, vai depender dos planos econômicos do novo governo. Na Bolsa de Valores, as ações da Cambuci acumulam alta de cerca de 30% no ano. O Grupo detém também a marca Stadium.

Com informações de Estadão Conteúdo (Fernanda Guimarães).
Imagem: Shutterstock

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