O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta quinta-feira, 3, que o governo brasileiro está atento aos efeitos que o “tarifaço” anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode gerar no comércio exterior.
“Nós ligamos aqui o alerta, porque pode ter desvio de comércio do mundo para desaguar aqui no Brasil. Então nós vamos monitorar qualquer alteração brusca de comércio exterior”, disse em entrevista ao Jornal Nacional.
Ele avaliou que a medida anunciada ontem enfraquece a Organização Mundial de Comércio (OMC), além de diminuir a previsibilidade e criar insegurança para investimentos. “Nós entendemos que esse não é o caminho, o caminho que nós defendemos é o diálogo e a negociação. Não se faz guerra para obter a paz. Guerra tarifária todos perdem”, afirmou. Por outro lado, Alckmin repetiu que a decisão dos EUA pode acelerar o acordo Mercosul-União Europeia.
O vice-presidente voltou a dizer que o governo brasileiro não pretende usar a Lei da Reciprocidade aprovada esta semana pelo Congresso. “Não pretendemos usá-la, pretendemos fazer negociação”, reiterou. A legislação estabelece critérios para que o Brasil responda a “medidas unilaterais” adotadas por países ou blocos econômicos que afetem a competitividade internacional do País.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira, 3, que o Brasil vai tomar “todas as medidas cabíveis” para defender o País após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas de 10% nas exportações brasileiras que entram nos EUA.
“Diante da decisão dos EUA de impor sobretaxa, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender nossas empresas e trabalhadores brasileiros”.
Em discurso no evento de dois anos de governo, Lula afirmou que o País não tolera ameaças à democracia e não bate continência para nenhuma outra bandeira “que não seja a verde a amarela”.
“É um País que fala igual para igual e respeita todos os países dos mais pobres aos mais ricos, mas que exige reciprocidade no tratamento. Defendemos o multilateralismo e o livre comércio e responderemos a qualquer tentativa de impor protecionismo que não cabe mais hoje no mundo”, declarou Lula.
Com informações de Estadão Conteúdo (Giordanna Neves).
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