A ONG Gerando Falcões (GF) e a startup naPorta inauguraram uma agência para acelerar a logística na Favela dos Sonhos, comunidade localizada em Ferraz de Vasconcelos.
A startup é uma logitech de impacto com foco em entregas de produtos e bens de consumo nas favelas e áreas com endereços irregulares. Ela iniciou suas operações em janeiro de 2022 e já está presente na Cidade de Deus e em outras seis favelas do Rio de Janeiro. Agora, através da parceria, vai iniciar sua expansão para São Paulo.
Com a parceria entre Gerando Falcões e a naPorta, os habitantes do território poderão realizar as suas compras e receber seus produtos em casa. No local foi instalado um container com estrutura de logística completa, que inclui áreas de recebimento, separação e expedição. A operação será iniciada em agosto e prevê empregar 11 pessoas efetuar cerca de 500 entregas diariamente.
“A favela movimenta mais de R$ 180 bilhões por ano, o que prova um poder de compra excepcional. Com esse movimento da naPorta, vamos promover o direito do morador comprar com a garantia de recebimento do produto no seu lar, sem pagar a mais por isso. Parcerias como essa fortalecem o ecossistema e a nossa entrega social, de incluir e trazer visibilidade para territórios de exclusão”, afirma Juliana Plaster, diretora de Desenvolvimento e Parcerias da Gerando Falcões.
Garantia de recebimento de compras
De acordo com informações do Instituto Locomotiva, um a cada três moradores de favelas e periferias não recebem seus produtos em casa, o que culmina em grandes deslocamentos até as agências dos Correios.
O mesmo levantamento mostra que aproximadamente 70% desses moradores já deixaram de realizar compras motivados pela impossibilidade de recebimento dos produtos em casa.
“Percebemos que as barreiras físicas que existem entre as favelas e o asfalto também existem no mundo digital, quando hoje na logística padrão do asfalto discutimos sobre entregas de delivery em 15 minutos ou de e-commerce em até 3 horas. A maior dificuldade é o acesso a serviços básicos, como entregas de e-commerce, remédios, alimentação e até mesmo serviços essenciais como água e saneamento, simplesmente pela restrição imposta aos CEPs de suas casas”, acrescenta Sanderson Pajeú, CEO e fundador da naPorta.
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