Companhias aéreas, agências e hotéis se juntam na retomada das viagens

Números já mostram recuperação na ocupação de aviões e busca por pacotes

Companhias aéreas, agências e hotéis se juntam na retomada das viagens

As viagens curtas de negócios que muitos executivos tinham por hábito fazer antes da pandemia de covid-19 migraram para o ambiente virtual – e tudo indica que assim devem permanecer. Mas deslocamentos que envolvem ações mais decisivas vão, aos poucos, voltar a ser realizados com mais frequência. É nisso que apostam executivos ligados ao setor quando se fala na retomada das viagens.

“Segue absolutamente vital, em um momento de fechar contrato ou consolidar uma parceria, estar presente para construir esse relacionamento. É um dado da nossa cultura empresarial, assim como da nossa cultura enquanto latinos e brasileiros”, acredita o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.

Para ele, é pensando nesse cenário que companhias aéreas, agências de viagens e hotéis devem trabalhar para encontrar, juntas, as melhores soluções para sustentar o esperado processo de retomada.

“A gente tem de trabalhar muito em conjunto. Nossos times trabalham continuamente para olhar oportunidades junto aos nossos parceiros de negócios e tentar impulsionar isso da melhor forma em cada um dos nossos canais. Ninguém vai ganhar essa retomada sozinho e ninguém pode achar que está ganha a guerra e pode caminhar sozinho daqui para a frente”, destaca o diretor-executivo de Sourcing da CVC Corp, Sylvio Ferraz.

Os executivos participaram, recentemente, do webinar “Chegou a hora! Como cias aéreas e agências fortalecem a retomada da hotelaria”, promovido pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) e pela plataforma Mercado&Consumo. O evento foi promovido pelo e fez parte da Trilha do Conhecimento que vem sendo promovida desde abril.

Números da retomada

Eduardo Sanovicz, da Abear, cita dados que mostram uma retomada das viagens aéreas depois da crise mais grave de toda a história da aviação moderna. Em abril do ano passado a quantidade de partidas diárias domésticas equivaliam a 6,8% do número registrado no pré-crise. Em janeiro deste ano, este índice cresceu para 74,9%, mas, nos meses seguintes, houve queda expressiva por causa da segunda onda. Desde maio, o crescimento tem sido constante. O índice de setembro foi de 74,6%.

“A perspectiva para a aviação doméstica é chegar a 100% da malha no ar no primeiro trimestre do ano que vem. No internacional, estamos com 23% da malha no ar e a expectativa é chegar em novembro perto de 40%”, avalia Sanovicz, destacando o impacto positivo das anunciadas aberturas, por Estados Unidos e Argentina, da reabertura para brasileiros.

Segundo Sylvio Ferraz, da CVC, em março deste ano as vendas estavam 46% menores do que as do mesmo mês de 2019. Em julho e agosto, já foram 9% superiores. “No caso de Recife, as vendas estão 60% acima das de 2019. Em Sorriso, no Mato Grosso, a alta foi de 2.000%”, exemplifica.

Esses destinos, de acordo com Ferraz, têm se beneficiado da procura por destinos que unem viagens de lazer e de negócios e pela maior busca por destinos domésticos.

Fórum Nacional de Hotelaria

A série Trilha do Conhecimento vem sendo elaborada pelo FOHB e pela Mercado&Consumo desde abril. A jornada vai terminar no dia 18 de novembro, quando será realizado o Fórum Nacional de Hotelaria de 2021. O evento será híbrido.

O primeiro webinar da Trilha do Conhecimento, “A oferta cresce, mas e a demanda? Oportunidades e desafios dos hotéis no Brasil”, foi realizado no mês de abril, e contou com a participação do sócio-diretor da HotelInvest, Pedro Cypriano, que apresentou as conclusões da 15ª edição do Panorama da Hotelaria Brasileira, realizado pela HotelInvest em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

No segundo, “Bleisure, nomadismo virtual e viagens-revanche: você está preparado para o turismo pós-vacina?”, em maio, o foco foi o novo comportamento do viajante de lazer e de negócios e o impacto no setor hoteleiro. As tendências foram detalhadas por Carol Haro, fundadora e sócia-diretora da Mapie.

O terceiro, cujo tema foi “Superapp e social commerce: quais suas armas contra a guerra tarifária?”, foi realizado em junho. Executivos de Rappi Travel e da P2D falaram das inovações digitais para atrair público e otimizar inúmeros serviços de distribuição de viagens no setor.

No quarto, executivos de multinacionais contaram o que tem ocorrido fora do Brasil e deve ser tendência também aqui na retomada das viagens. O webinar “Portas abertas: a realidade por trás da bola de cristal – A hotelaria internacional na retomada” contou com a participação de Fernando Bacalá, diretor de Vendas no Hilton SP Morumbi, Ronaldo Linares, Latin America Travel Manager da Accenture, e Vinicius Luiz, Head Latam Travel da Unilever.

No quinto, “Engajamento de corpo e alma: a turbulência mostra quem é o líder”, o consultor Rogério Cher fez uma palestra e, depois, participou de um debate com a VP de Pessoas, Finanças e Jurídico na Atlantica Hotels, Flavia Buiati, e o VP de Talento e Cultura da Accor, Fernando Viriato. Eles falaram sobre os desafios de engajar colaboradores no pós-pandemia.

Os encontros completos podem ser conferidos no canal do FOHB no YouTube e um resumo dos principais momentos pode ser acompanhado nos canais de podcast da Mercado&Consumo.

Imagem: Shutterstock

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