Franquias home based têm crescimento expressivo na pandemia

Modelo dispensa ponto comercial e requer investimento menor

Embaladas pela pandemia e o distanciamento social, as micro franquias home based apresentaram crescimento expressivo no primeiro trimestre deste ano. Com investimento menor, esse modelo dispensa ponto comercial. Segundo balanço da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a participação das home based passou de 7,1% para 10,3%.

“As franquias home based são opção de renda com menor investimento inicial e que não são tão atingidas pelas políticas de distanciamento social. Esse nicho tem tudo para continuar crescendo, embalado também nos serviços digitais ainda mais variados e amplos que apareceram durante a pandemia”, afirma o presidente da ABF, André Friedheim.

As franquias em espaços não tradicionais, como em pontos dentro de empresas, prédios corporativos e residenciais, e postos de combustíveis, também seguem tendência de alta, passando de 3,1% para 8,2%.

Por conta das restrições de funcionamento dos shoppings e do comércio não essencial, nos primeiros três meses do ano, o faturamento das empresas de franquia recuou 4%, ficando pouco abaixo de R$ 40 bilhões. No intervalo de 12 meses, o setor registrou uma queda de receita mais brusca, superior a 11%.

“Assim como os demais setores da economia, o franchising continua sentindo os impactos da pandemia. (…) É preciso que a vacinação em massa da população acelere, para que não sejam necessárias novas medidas restritivas que dificultem o funcionamento dos negócios. Além disso, é preciso que sejam mantidas e ampliadas as políticas de crédito às empresas em geral, mas especialmente às micro e pequenas, que são as que mais geram emprego e renda no País”, diz Friedheim, ressaltando ainda a importância de políticas sociais para a economia, como a concessão de auxílio emergencial.

Franquias registram crescimento

A despeito dos números negativos, a pesquisa revelou que no primeiro trimestre de 2021 o número de negócios franqueados abertos no País cresceu 3,3%, contra 2,3% no mesmo período do ano passado.

“Atribuímos este quadro ao maior otimismo dos empreendedores e redes no último trimestre de 2020 – o que se traduziu em inaugurações no primeiro trimestre – e à falta de perspectivas no mercado de trabalho, o que leva muitos profissionais a empreender. O juro básico da economia em níveis historicamente baixos também é fator muito importante, que leva investidores a buscarem taxas de retorno mais interessantes na economia real”, analisa o dirigente.

Ainda segundo a ABF, cada vez mais empreendedores com idade entre 18 e 24 anos estão se interessando pelo setor de franquias. Entre 2019 e 2021, a participação desta faixa etária no total de buscas sobre franquias feitas no Portal do Franchising saltou de 10,2% para 21,3%. Também cresceu o número de cadastros de empreendedores interessados em franquias com investimento entre R$ 100 mil e R$ 200 mil, que agora representam cerca de 16% dos cadastrados.

Entre os segmentos que permaneceram em alta na pandemia, estão o de casa e construção (alta de 36,5%); saúde, beleza e bem-estar (+12,7%); e limpeza e conservação (+6,6%).

Imagem: Reprodução

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