Em uma sociedade em que consumidores pautam o que querem consumir de acordo com as práticas das empresas, as ações de economia circular e ESG se tornaram indispensáveis. De olho nessas tendências, grandes companhias como Electrolux, Nespresso e Gerdau se juntaram numa grande iniciativa.
O Hub de Economia Circular (Hub-EC) firmou parceria com 16 empresas de segmentos e tamanhos diferentes para auxiliar na implementação de projetos circulares no Brasil. Como resultado, surgiu a Exchange 4 Change Brasil (E4CB), organização que orientará a transição para esse novo momento econômico de economia circular.
A ideia é pioneira na América Latina e visa reunir os responsáveis pela área de desenvolvimento e sustentabilidade de cada empresa com o objetivo de reavaliar compromissos, remodelar processos produtivos e integrar os princípios da circularidade nas tomadas de decisões.
“Na Europa, a economia circular já virou base essencial ao desenvolvimento de negócios, com políticas públicas e incentivos financeiros dedicados ao tema, além do estímulo ao engajamento público-privado”, comentou Beatriz Luz, fundadora do E4CB e diretora do Hub-EC.
Recentemente o hub foi listado no Roadmap Brasil de Economia Circular. O Roadmap Brasil é um documento elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) em parceria com a ONU e visa promover e desenvolver modelos de processos circulares.
Grupos de trabalho
As 16 empresas participantes são: Electrolux; Gerdau; Nespresso; Covestro; Tomra; Plastiweber; RCR Ambiental; Wise; Sinctronics/Fit/Flex (grupo de empresas); Equipa Group; Cempre; Rhein Advogados; Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI); Casa da Moeda do Brasil; SENAI CETIQT; e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Elas se encontram dividias em quatro grupos para desenvolverem soluções para os seguintes tópicos: design circular; resina reciclada; logística reversa de linha branca; e novas cadeias de fornecimento de plástico filme.
Os quatro grupos de trabalho foram decididos e divididos de acordo com os interesses em comum das empresas. Assim, foram formados ambientes para troca de ideias e experiências visando uma solução comum para tal problema.
“A transição para a economia circular só é possível se houver ganho de escala nas cadeias produtivas, a partir do contato entre empresas para que entendam como podem ajudar umas às outras, desenvolver novas matérias-primas, traçar estratégias de logística, entre outros processos”, complementa Beatriz.
No caso do plástico filme, por exemplo, o projeto passa pelo aumento da coleta do material, que muitas pessoas não sabem que é reciclável, e potencializar o reaproveitamento dele. Já no grupo de linha branca, está sendo estudado o uso de logística reversa para esses produtos.
“O Hub-EC foi criado para fazer essa mediação e articular conexões inusitadas. Para que uma empresa adote o mindset circular, ela precisa trazer todos os seus departamentos para a mesa de discussão e integrar a sua cadeia com outras cadeias produtivas”, finaliza Beatriz.
Imagem: Envato