Futebol domina o mercado esportivo brasileiro, mas outras modalidades têm grande potencial de crescimento

Nesta quinta-feira, 5 de dezembro, acontece o Summit Sportlab, evento que traz líderes do esporte para tratar de temas como gestão e governança. Para falar sobre entretenimento no esporte, subiram ao palco do evento Pedro Henriques, diretor-executivo do Esporte Clube Bahia; Daniel Mourão, diretor de Marketing do UFC Latam e Gustavo Hazan, diretor da EY para realizar o painel “Esporte: um negócio de entretenimento e mídia”. A conversa contou com a moderação de Rodrigo Capelo, jornalista do Globo Esporte e SporTV.

Luiz Paulo Moura, sócio-diretor da Sportlab, abriu o evento destacando o Movimento Esporte Brasil, que tem como objetivo “atuar na evolução da gestão e governança do esporte brasileiro”.

Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, comentou o enorme potencial do esporte brasileiro, que precisa ser melhor aproveitado. “O esporte é outro setor no Brasil em que estão alguns elementos dos brasileiro. Temos talento, competência, gente, recursos, mas, muitas vezes, nos falta gestão e capacidade de evoluir e converter estes elementos todos em benchmarking global”, afirmou.

Capelo trouxe um panorama da evolução do mercado do futebol. “A televisão trouxe uma mudança, porque se antes tínhamos apenas a bilheteria, passamos a ter um grande mercado. O Clube dos 13 foi o primeiro grande acordo de transmissão, feito com a Globo”, contou.

“Eu digo que se o esporte fosse um país, seria a 7ª ou 8ª maior economia do mundo. É um mercado de 2,2 trilhões de dólares”, analisou Hazan. De acordo com ele, o futebol tem uma representação econômica enorme no Brasil, predominando fortemente no mercado esportivo. “Somando as cinco maiores ligas, temos um mercado de 17 bilhões de dólares”, resumiu.

O UFC, por outro lado, é um esporte que vem crescendo fortemente no país, se destacando neste mercado disputado, conforme explicou Mourão: “O UFC é uma empresa relativamente nova, tem 26 anos. Sempre nos vimos como uma empresa que gera conteúdo. É interessante ver que criamos um esporte, que o MMA não existia. Mas atualmente já são mais de 500 eventos realizados em 170 cidades no mundo. A cada evento atingimos 1 bilhão de casas no mundo, não importa onde ele esteja acontecendo e a receita vem principalmente desta distribuição de conteúdo”.

O executivo do UFC acredita que nenhum esporte deveria depender de ídolos. “Porque hoje tem ídolo e amanhã não tem mais. E aí, o que acontece? Nosso auge foi em 2011, 2012, quando tínhamos alguns atletas muito carismáticos, como o Anderson Silva, que fez diversos comerciais. Mas não podemos nos depender disso e percebemos isso. Tanto que em 2014 nós nos reestruturamos para diminuir essa dependência”, disse Mourão.

Henriques comentou que o Bahia atuou para mudar a sua imagem, para ser reconhecido como um clube democrático e popular. “Nossas ações começaram a gerar interesse de outros players do mercado. Fizemos uma campanha no Dia dos Pais sobre a paternidade responsável, com a realização de testes de paternidade”, contou o diretor do clube.

Ele explicou que esta visão democrática se reflete de várias formas. “Temos que ser responsáveis, por mais que a gente queira ter uma superevento, há uma diferença até cultural. Temos que dar acesso ao estádio para as camadas mais pobres da população”, resumiu.

Hazan destacou que é preciso melhorar a infraestrutura da indústria esportiva brasileira, sendo preciso investir. Por isso, em muitos aspectos, o Brasil fica atrás dos Estados Unidos e de países europeus, devido à escassez de recursos e falta de estruturação.

Os participantes destacaram que é preciso engajar o torcedor, ir além do resultado das partidas. “Meu time perdeu não vou mais ao próximo jogo, não é assim. Eu vou à próxima partida, vou levar minha família e meus amigos, porque é um evento legal, é uma experiência bacana”, esclareceu Mourão.

Imagem: Mateus Souto/R1

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