À frente de Hong Kong, o Brasil ocupa a nona posição no ranking dos 10 mercados de luxo que mais crescem, liderado pela China e seguido por Malásia, Tailândia, Indonésia, Índia, Filipinas, Romênia e México. Os dados são do relatório Luxury Lab Global 2024, da Euromonitor International, que aponta que o mercado de luxo, incluindo varejo e serviços como viagens, deve atingir um faturamento global de cerca de US$ 1,4 trilhão em 2024, chegando a US$ 1,7 trilhão em 2030.
O mercado de luxo no Brasil também se destaca em tamanho no contexto regional. O País representa 25% do segmento na América Latina, considerando também o México. O relatório indica que a expectativa é de um crescimento de 7% em 2025 e uma alta acumulada de 22% nos próximos cinco anos no Brasil.
A Euromonitor International atribui o aquecimento do mercado de luxo brasileiro a fatores como a recuperação do poder de compra entre consumidores desse segmento e o aumento da capacidade de compra das gerações millennial e Z. Além disso, a busca por itens e experiências exclusivas tem atraído cada vez mais pessoas a esse tipo de produto e serviço.
Perfil de consumidor brasileiro
As gerações millennial, composta por indivíduos nascidos entre 1981 e 1996, e a geração Z, formada por aqueles nascidos a partir de 1997, destacam-se como protagonistas no futuro do mercado de luxo, segundo analistas. A expectativa de um crescimento de renda de dois dígitos até 2040 reforça o papel dessas gerações no setor, refletindo mudanças nas preferências e comportamentos dos consumidores.
A pesquisa da Euromonitor aponta que 33% dos consumidores de alta renda no Brasil preferem comprar de empresas com um propósito claro e uma identidade de marca sólida.
Entre as tendências, destaca-se o crescente interesse dos consumidores brasileiros de alta renda por experiências, como hospitalidade e gastronomia. Dados indicam que 53% dessa população planejam aumentar seus gastos nesses setores nos próximos anos. No Brasil, o setor de luxo pessoal deve crescer 20% entre 2024 e 2029. O setor de hospitalidade, no entanto, não deve apresentar crescimento no período, enquanto o de bebidas deve crescer 13% e o de automóveis, 21%.
Online e offline
Em relação ao formato de consumo, o relatório aponta que o mercado de luxo brasileiro é moldado pela busca por inovação tecnológica e experiências personalizadas. Apesar disso, o apelo das lojas físicas permanece significativo. Para 46% dos consumidores de alta renda no Brasil, a possibilidade de ver e experimentar produtos antes da compra é a principal motivação para adquirir itens presencialmente. Esse dado reforça a importância das estratégias omnichannel, que têm ganhado força no varejo nos últimos anos.
Outras motivações para compras em lojas físicas incluem:
- Participação em programas de fidelidade;
- Experiências em lojas inovadoras;
- Conselhos de consultores de vendas;
- Maior confiança nos produtos disponíveis;
- Imediatismo da compra.
Segundo o estudo, harmonizar uma experiência multicanal tem se mostrado um desafio complexo para as marcas de luxo. A jornada de compra dos consumidores tem se tornado mais fragmentada e, muitas vezes, difícil de acompanhar, tanto para os varejistas quanto para os próprios consumidores.
O relatório também destaca que a Inteligência Artificial (IA) se consolidou como uma das principais prioridades de investimento para marcas de luxo. À medida que as expectativas dos consumidores crescem, especialmente em relação à personalização e conveniência, as empresas têm buscado integrar tecnologias avançadas para aprimorar suas ofertas digitais. O objetivo é proporcionar uma jornada de compra online tão exclusiva quanto a experiência em lojas físicas. A aposta em IA generativa visa criar interações mais dinâmicas e adaptáveis, atendendo às demandas dos consumidores de luxo por experiências inovadoras.
Com informações de DC News.
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