A Azul registrou lucro líquido de R$ 231,2 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o cenário de perda registrado no mesmo período de 2021, quando teve prejuízo de R$ 954,7 milhões. As informações foram divulgadas pela companhia em balanço enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira, 6.
No critério ajustado, a companhia aérea reportou prejuízo líquido de R$ 610,5 milhões, ante perdas de R$ 436 milhões em igual intervalo de 2021.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 1,097 bilhão no quarto trimestre, alta de 70,7% sobre o mesmo intervalo do ano passado. Com isso, a companhia encerrou o período com margem Ebitda de 24,6%, queda de 2,9 pontos na comparação anual.
De acordo com a Azul, o resultado ocorre mesmo com 115,8% de aumento no preço do combustível, 27,7% de depreciação do real e mais de 20% de inflação no Brasil nos últimos três anos.
No quarto trimestre, a receita operacional atingiu novamente níveis recordes, com a demanda por viagens permanecendo forte. A receita total de R$ 4,5 bilhões no quarto trimestre, 36,9% acima do mesmo período de 2019, antes da pandemia, e 19,4% acima do mesmo período de 2021.
“Continuamos expandindo as nossas margens mesmo com o preço do combustível subindo 116% em relação ao 4T19 e 43% em relação ao 4T21. Isso demonstra claramente a força do nosso modelo de negócios e nossa capacidade de criar vantagens competitivas sustentáveis”, afirmou o CEO da Azul, John Rodgerson, na mensagem da administração.
Liquidez imediada
A Azul encerrou o quarto trimestre de 2022 com R$ 2,542 bilhões de liquidez imediata, incluindo caixa e equivalentes, recebíveis e investimentos de curto prazo. O valor é R$ 408,3 milhões menor frente o quarto trimestre de 2019, antes da pandemia, principalmente devido ao pagamento de R$ 7,1 bilhões em arrendamentos, empréstimos, diferimentos, reservas de manutenção, depósitos, juros e investimentos.
“Esta liquidez imediata representa 15,9% da nossa receita dos últimos 12 meses”, afirma a Azul no resultado financeiro divulgado nesta segunda-feira.
A liquidez total incluindo depósitos, reservas de manutenção, investimentos de longo prazo e recebíveis alcançou R$ 5,921 bilhões ao final do trimestre, queda de 10,8% ante o quarto trimestre de 2021.
A dívida bruta da companhia atingiu R$ 21,815 bilhões, queda em relação aos R$ 22,107 bilhões de 30 de setembro de 2022. “A dívida bruta reduziu 5,3% ou R$ 1,2 bilhão em comparação com 31 de dezembro de 2021, principalmente devido ao nosso processo contínuo de desalavancagem com R$ 5,1 bilhões em pagamentos de empréstimos e arrendamentos durante o ano e à valorização de 6,5% do real, parcialmente compensado pelo aumento de R$ 1,8 bilhão em obrigações de arrendamento relacionadas a novas aeronaves entrando em nossa frota”, afirma.
A dívida líquida da Azul alcançou R$ 18,4 bilhões no quarto trimestre, ante R$ 17,9 bilhões no período imediatamente anterior. Com isso, a alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre o Ebitda ficou em 5,7 vezes no trimestre.
Os investimentos líquidos totalizaram R$ 426,9 milhões no quarto trimestre, informa a companhia aérea, relacionados principalmente com a capitalização de eventos de manutenção de motores e a aquisição de peças de reposição no trimestre, de acordo com a Azul.
Frota operacional
Em 31 de dezembro, a Azul tinha uma frota operacional de 177 aeronaves e uma frota contratual de 194 aeronaves, com uma idade média de 7,1 anos, excluindo aeronaves Cessna.
No final do quarto trimestre de 2022, as 17 aeronaves não incluídas na frota operacional consistiam em 4 ATRs sublocados à TAP, 3 Embraer E1s sublocados à Breeze, 3 Embraer E1s e 3 Airbus A330ceo no processo de saída da frota, e 1 Airbus A320neo, 2 Cessna e 1 Embraer E2 no processo de entrada na frota.
A Azul terminou o quarto trimestre de 2022 com aproximadamente 72% de sua capacidade proveniente de aeronaves de nova geração. De acordo com a empresa, o número é “muito superior a qualquer competidor na região”.
Com informações de Estadão Conteúdo (Leandro Silveira, especial para a AE).
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