“As marcas não são apenas produtos, elas oferecem experiência”, afirma presidente da Procter & Gamble Brasil

Juliana Azevedo

Produtos de higiene e limpeza nunca foram tão consumidos como hoje. Este resultado tem sido reforçado pela pandemia de covid-19, que tem estimulado novos hábitos entre os brasileiros e, consequentemente, impulsionado as vendas da fabricante de bens de consumo Procter & Gamble. Mais cedo, Juliana Azevedo, presidente da empresa no Brasil compartilhou as ações da companhia frente à crise que vem impactando muitos negócios no Brasil e no mundo.

A líder da operação por aqui analisa que será necessária uma reinvenção da sociedade para enfrentar a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. “A crise mais para frente vai acontecer e cada um de nós tem que se reinventar, disse. A executiva este ao lado de Noel Prioux, CEO do Grupo Carrefour e Liel Miranda, presidente da Mondelez Brasil, em debate promovido pela Mercado & Consumo nesta manhã e que trouxe os desafios que os negócios no Brasil enfrentam neste atual cenário.

Segundo a executiva, a P&G atua diretamente em segmentos essenciais ao lidar com as áreas de saúde e higiene, por exemplo. “São marcas que fazem parte das vidas das pessoas. Num momento de crise, onde produtos destas categorias são muito demandados, isso é extremamente valioso”, explica Juliana, que tem acompanhado diariamente os dados de abastecimento das lojas.

Juliana contou ainda que a crise vem sido acompanhada de perto desde o início na China e Europa, e isso tem deixado a companhia mais preparada em outros países que tiveram que lidar com a situação depois. Ela explicou que as boas práticas já aplicadas em outros países fizeram com que a operação brasileira adotasse três prioridades para o mercado. “Por aqui resolvemos focar na saúde e segurança dos nossos colaboradores, garantir o abastecimento dos produtos essenciais a população e reconhecer o tamanho que a empresa tem e o impacto que ela causa nas comunidades”, elencou.

Desde 17 de março todo escritório administrativo, composto por cerca de 1.500 pessoas do time, está em home office . O restante, que totaliza 4 mil pessoas, continuam operando presencialmente nas fábricas e varejistas, com os promotores de vendas em campo. “Criamos mais de 20 novos protocolos nas fábricas, onde implementamos o uso de máscara, o aumento na frota de transporte, medição de temperatura e adaptação dos refeitórios e muito mais”, disse.

Perguntada sobre a participação online da P&G, Juliana disse que as compras no ambiente digital dobraram desde que a pandemia começou e que a preocupação com a higiene e limpeza cresceu significativamente. “O uso da compra online, seja com click & collet ou outra frente, é algo que vai acontecer com mais força. Ferramentas digitais, não só o e-commerce vai se fortalecer e muito”, explicou.

Nesta linha, a executiva contou sobre as alternativas da empresa com relação à categoria de fraldas, que representa a maior parte das vendas da fabricante no Brasil, com a marca Pampers. “As grávidas não podem mais fazer chá de fralda para não ter aglomeração, por isso fizemos uma parceria para a realização de um evento virtual e estimulamos as compras online, para que essa comemoração tão tradicional não se perca”, contou.

Outro ponto trazido durante a live foi o empoderamento feminino. Juliana Azevedo, que começou como estagiária, é a primeira líder mulher da Procter & Gamble no Brasil e mais de 40% das posições de liderança são compostas por mulheres. Sobre o fato de ser uma líder mulher, ela se considera sortuda por estar numa companhia em que a diversidade, inclusão e empatia são valores muito fortes.

Para exemplicar este assunto, a executiva citou a campanha da marca Always, líder global em produtos para cuidados femininos. A marca doou R﹩ 200 mil reais à equipe liderada pela Drª. Ester Sabino – composta 60% por mulheres -, do Laboratório de Investigação Médica da Fundação Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo, para fomentar as pesquisas sobre o novo coronavírus no Brasil e incentivar a participação de mulheres na ciência.

O recurso oferecido pela marca auxiliará nas pesquisas que buscam entender a curva de crescimento da Covid-19 no Brasil, servindo para o entendimento de diversas questões que estamos enfrentando atualmente. “As marcas não são apenas produtos, elas oferecem experiência”, conclui a presidente da P&G.

* Imagem reprodução

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