Todos os dias, as 8h30 e as 18h30, Noel Prioux, CEO do Grupo Carrefour, se reúne com seu time em um pequeno comitê de crises para estabelecer os próximos passos diante dos impactos causados pela pandemia. Hoje, o executivo abriu uma exceção para participar de mais um Mercado & Consumo em Alerta ao lado de Juliana Azevedo, presidente da P&G e Liel Miranda, presidente da Mondelez Brasil.
Prioux contou que o Carrefour se adequou às mudanças de forma rápida, instalando uma cartilha com medidas rígidas de proteção aos funcionários. Os protocolos envolvem medição de temperatura e aplicação de álcool em gel na entrada das lojas, além de máscaras e luvas para colaboradores, instalação de placas de acrílico nos caixas e higienização dos carrinhos de compras, por exemplo.
A empresa também estendeu as práticas listadas acima à todos os clientes que frequentam as lojas físicas. A iniciativa, segundo Prioux, foi bem recebida, tanto que a empresa decidiu adotar em unidades de diferentes formatos do grupo. “Os clientes não querem apenas promoção, eles querem segurança no momento da compra”, explica o executivo.
Questionado sobre as mudanças trazidas pela pandemia, Noel Prioux acredita que algumas delas serão permanentes, como o aumento da demanda pelas vendas online. O Carrefour Brasil viu seu comércio eletrônico mais que triplicar no último mês como resultado das medidas de isolamento social para conter o novo coronavírus.
Ele contou que a ideia para o e-commerce do grupo é ser mais assertivo na expansão, adaptando fórmulas e estratégias específicas que se encaixem nos novos padrões de consumo do país. “Com essa crise percebemos que o consumidor está realizando mais compras online. No nosso caso esse comportamento triplicou no último mês. Na nossa visão isso veio para ficar e a ideia é ampliar ainda mais nossa presença no online”, disse.
Em apenas dez dias a subsidiária do grupo francês tomou uma série de decisões para responder ao crescimento da demanda nas lojas físicas e online no Brasil, incluindo novas medidas sanitárias para proteger funcionários e clientes, além de contratações e congelamento de preços.
“Antecipamos algumas ações porque já tínhamos experiência com essa epidemia na Europa, onde começou algumas semanas antes, e agora já estamos até compartilhando iniciativas do Brasil com a França”, disse Prioux.
Com o aumento da demanda em todas as lojas do Brasil durante o período de isolamento social e muitos funcionários afastados das funções por pertencerem ao grupo de risco, o Carrefour Brasil precisou contratar cinco mil novos colaboradores temporários em todo Brasil. Atualmente o grupo conta com mais de 85 mil trabalhadores no país.
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