A Dexco – fabricante das marcas Deca, Portinari, Hydra, Duratex, Castelatto, Ceusa e Durafloor – está investindo R$ 50 milhões para montar uma megaloja que sirva como vitrine e ponto de encontro de arquitetos, designers e consumidores em pleno Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. O espaço será inaugurado no primeiro trimestre de 2025.
Batizada de Casa Dexco, a unidade terá perto de 4 mil metros quadrados (mais que a metade de um campo de futebol) e funcionará como um misto de loja, showroom, exposições de arte e palestras, salas de trabalho e vivência e cafeteria. Haverá cerca de 20 ambientes decorados com pisos, revestimentos, louças e metais, entre outros itens do portfólio.
Este é o maior passo da Dexco para reforçar o posicionamento das suas marcas no mercado após uma série de aquisições nos últimos anos. O grupo comprou as fabricantes Castelatto, Cecrisa e Ceusa, mergulhando no setor de cerâmicos de maior valor agregado. Estes itens se somaram às peças da Deca (metais e louças para banheiro e cozinha) também voltadas ao público de maior renda.
“Com a evolução do portfólio nos últimos anos, sentimos a necessidade de ter a exposição de todas as marcas de uma forma mais integrada”, contou a diretora de Marketing e Design da Dexco, Marina Crocomo, em entrevista ao Estadão/Broadcast. “Este espaço será muito mais do que apenas apresentação de produtos. Queremos oferecer uma experiência completa em um local único. O maior indicador de sucesso será o fluxo de pessoas conhecendo a marca.”
A Casa Dexco contará com um centro de pesquisas e interação com consumidores para nortear o desenvolvimento de produtos. Há dois anos, a companhia estruturou um laboratório de design e pesquisas com interações que já envolveram 11 mil consumidores desde então.
Flagship
Além disso, a nova unidade será o primeiro ponto físico do grupo para venda direta aos consumidores finais. Até então, isso só era possível por meio do site, uma vez que a companhia é focada na venda para lojas de materiais e construtoras. Isso não significa, porém, que a Dexco entrará de cabeça no mundo das lojas físicas, segundo Marina.
“A Casa Dexco é uma flagship, um modelo único, não tem como escalar. Vamos fazer a venda direta porque queremos oferecer uma jornada completa aos consumidores. Isso é consequência do espaço como um todo”, explicou.
O investimento de R$ 50 milhões abrange reforma do espaço, montagem das exposições, preparação do estoque e início da operação da loja. O montante não inclui aluguel, cujo contrato é de mais de cinco anos.
“É um contrato de longo prazo porque queremos realmente estar lá e ficar por muito tempo”, disse Marina. A visão é de que o investimento será diluído ao longo dos meses, porque o local passará a ser o centro dos eventos da Dexco. “Ali será o destino de tudo.”
A Casa Dexco não ficará no local da recém-fechada Livraria Cultura. Ela ocupará uma área no térreo (onde antes funcionava um restaurante, ao lado do cinema) com acesso pela Rua Padre João Manoel, e outra área maior no mezanino (até então sem inquilino fixo) com acesso pelas rampas internas.
O Conjunto Nacional, aliás, perdeu muitos visitantes após o fechamento da Livraria Cultura, que chegou a ocupar diversos pontos no térreo e funcionava como ponto de turismo e lazer da cidade.
Hoje, a administração do empreendimento busca novas opções para as galerias históricas. O mix de lojas ainda tem livrarias, mas elas dividem espaço com varejistas como Vans, New Balance, Lupo, Vila Romana, Track & Field, Boticário, Mundo do Cabeleireiro, Carrefour Express, três farmácias (Ultrafarma, Droga Raia e Drogaria São Paulo), uma academia BioRitmo e a casa de jazz BlueNote, entre outras operações.
Arquitetura e decoração
Embora o local não seja um endereço tradicional do universo paulistano da arquitetura e decoração, a Dexco acredita que o ponto é estratégico pela sua localização central e pelo grande movimento de pessoas de alto poder aquisitivo. Além disso, nos últimos anos o centro comercial passou a sediar a Casa Cor, exposição do setor que atrai cerca de 100 mil visitantes a cada edição, indicando que o público tem afinidades com o espaço.
“Vimos que o Conjunto Nacional é um lugar que faz sentido. É um prédio histórico, simbólico, que marca a arquitetura do País. E o público recebeu bem a Casa Cor ali”, disse Marina.
Com informações de Estadão Conteúdo (Circe Bonatelli).
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