O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “a hora é agora” para o País fazer uma revolução industrial e voltar a ser competitivo no cenário mundial. Ele afirmou que o governo irá criar condições à industrialização, inclusive para garantir investimento na indústria de gás: “O País pode ter a indústria que quiser”.
“(O ministro da Fazenda, Fernando) Haddad sabe que temos que aportar recursos para que o BNDES faça a economia funcionar. A presidente do Banco do Brasil (Tarciana Medeiros) sabe que tem que voltar a fazer crédito barato para que as pessoas possam produzir”, comentou, citando também a Caixa Econômica Federal.
“É preciso parar com essa discussão que o País não pode ter gás”, declarou, durante a reunião que marca a reativação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) nesta quinta-feira, 6. Ele destacou que não tem como separar crescimento e investimento.
Lula citou ainda que o Banco do Nordeste (BNB) não empresta dinheiro a Estados e prefeituras “porque alguém decidiu que não empresta”. Por que o Estado faz o papel de bandido?”, questionou.
Na esteira das críticas, o presidente também questionou por que “se tomou quase R$ 600 bilhões de volta do BNDES, que, em vez de investir, devolveu para o Tesouro? Para o Tesouro fazer o quê? O que foi feito com todo o dinheiro que deixou de ser investido nesse País?”.
Reforma tributária
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 6, que o texto da reforma tributária não é o que ele ou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desejam, e ponderou que é preciso “lidar com a relação de forças que está no Congresso”. Na avaliação do chefe do Executivo, diante das conversas que o governo tem feito, a matéria será aprovada.
“Não é o que cada um de vocês deseja, não é o que o Haddad deseja, não é o que eu desejo, mas tudo bem, nós não somos os senhores da razão”, declarou, durante a reunião no Palácio do Planalto que marcou a reativação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). O presidente citou que os deputados foram eleitos pela sociedade civil e, portanto, merecem o mesmo respeito que ele e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
“Vocês têm que lembrar que, se for votada a reforma tributária hoje, é a primeira vez na história da democracia que a gente faz uma reforma ‘agrária’ em um regime democrático, porque a última que nós fizemos foi no regime militar”, disse, sendo rapidamente corrigido por integrantes da equipe por “reforma tributária”. “Estamos fazendo a reforma em um regime democrático, negociando com todo mundo, e ela vai ser aprovada.”
Em uma chamada de atenção aos integrantes do setor da indústria e ministros que integravam a reunião, Lula falou que, “em vez de chorar o que a gente não tem, temos que conversar com o que a gente tem”. “Cada ministro que está aqui sabe, é preciso parar de reclamar, lamentar e discutir como fazer. E vamos fazer.”
Com informações de Estadão Conteúdo.
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