A Anfavea, associação que abriga as montadoras de veículos, apontou nesta terça-feira, 5, perda de competitividade dos carros brasileiros na Argentina, em função da desvalorização do peso e do imposto de 7,5% que passou a ser cobrado, no fim de junho, pelo país vizinho nas importações de produtos.
Somando a alíquota do novo imposto com a desvalorização de 27% do peso a partir das incertezas relacionadas às eleições na Argentina, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que ficou em torno de 35% mais caro importar veículos na Argentina.
O país é historicamente o principal destino das exportações brasileiras de automóveis. Mas os obstáculos na entrada de produtos, como a demora nas licenças de importação, fizeram com que esse protagonismo na balança comercial do setor diminuísse, a ponto de o México se tornar neste ano o principal consumidor de carros brasileiros no exterior.
“Em um mês, o efeito econômico para quem exporta para a Argentina foi de que o produto ficou 35% mais caro. Esse cenário leva à perda de competitividade da indústria brasileira na Argentina”, comentou Leite durante a apresentação dos resultados da indústria de veículos em agosto.
O Brasil já iniciou tratativas com o governo argentino em busca de exceção ao imposto aplicado nas operações de câmbio para importações de bens e serviços. Como parte das medidas de ajuste fiscal anunciadas pela Argentina após o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as alíquotas vão de 7,5% nas compras de divisas para importação de produtos – com algumas exceções, como combustíveis e insumos da cesta básica de alimentos – a 25% nos pagamentos de serviços fornecidos por estrangeiros.
Com informações de Estadão Conteúdo (Eduardo Laguna)
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