Donald Trump será o próximo presidente dos Estados Unidos, após garantir 276 delegados no colégio eleitoral, segundo projeção não oficial, mas historicamente aceita. As vtórias na Geórgia e na Pensilvânia foram decisivas. O republicano derrotou a vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata, e voltará à Casa Branca após 4 anos para um segundo mandato.
Os reflexos da eleição vão muito além das fronteiras norte-americanas, tamanha influência que a maior potência militar do mundo tem no cenário externo.
Segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA (Ineu) e professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Goulart Menezes, Trump tenderá a reforçar laços e vínculos com a extrema direita de países latino-americanos.
China
Para Goulart Menezes, é possível que os Estados Unidos façam maior pressão nos países portuários da América do Sul, a fim de dificultar a entrada de produtos chineses e, consequentemente, a ampliação da influência política chinesa na região.
Nesse sentido, diante dos avanços da China na América Latina e, e especial, na América do Sul, os EUA têm considerado arriscada a presença daquela potência na região. Portanto, tenderá a fazer pressão em países portuários como Brasil e Peru, na tentativa de afastar os chineses comercial e politicamente”, disse o pesquisador.
Guerras
Dois conflitos chamam de forma mais intensa a atenção na política externa estadunidense: o de Israel, parceiro estratégico dos EUA, contra a Palestina e contra o Líbano; e aquele entre Rússia e Ucrânia.
“No Oriente Médio, a política dos EUA é uma política de Estado. Não de governo. O apoio norte-americano a Israel é incondicional”, destaca o professor do Departamento de História da UnB, Virgílio Caixeta Arraes.
Quanto à guerra entre Rússia e Ucrânia, Trump deve reduzir de maneira gradativa o socorro financeiro e militar e, por conseguinte, a inclinação política. “Ele já acenou com a retirada de apoio à Ucrânia. Não sabemos se ela será gradual ou abrupta, mas sabemos que, com isso, a guerra tomará outro curso”, diz Menezes.
Com informações de Agência Brasil
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