O Sistema Coca-Cola Brasil anunciou que investirá R$ 7 bilhões no país em 2025. Os recursos serão aplicados na modernização de infraestrutura e equipamentos, expansão de linhas de produção, centros de distribuição, frota de caminhões e refrigeradores, além de ações de marketing e iniciativas socioambientais. O valor amplia os aportes anteriores da companhia, que somaram R$ 4 bilhões em 2024.
Segundo Diego Granizo, vice-presidente de Operações e general manager da The Coca-Cola Company no Brasil, “hoje, em nossa cadeia de valor no Brasil, geramos mais de 570 mil empregos diretos e indiretos. Nosso compromisso com o Brasil é de longo prazo e acreditamos que crescer nossa operação só é possível se também crescemos de forma sustentável como país e com nossas pessoas. Por isso, seguimos guiados por nosso propósito de refrescar o mundo e fazer a diferença”.
O investimento também contempla projetos nas áreas de acesso à água, empregabilidade de jovens, empoderamento econômico de pequenos empreendedores, reciclagem e combate à fome. Em 2024, a empresa já havia anunciado R$ 600 milhões para a expansão da fábrica de concentrados em Manaus e R$ 9 milhões para ações de acesso à água no Norte e Nordeste.
Iniciativas ESG
Entre os projetos em curso está o de Neutralidade Hídrica, realizado pela Coca-Cola FEMSA Brasil em parceria com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). A iniciativa prevê compensar o uso de água de duas fábricas, localizadas em Mogi das Cruzes e Bauru (SP), por meio da preservação de áreas com vegetação nativa e funções de recarga hídrica.
Até o momento, foram adotados 1.200 hectares em propriedades localizadas em Mogi das Cruzes e na região de Botucatu, superando a meta inicial de 1.100 hectares. A expectativa é que o projeto compense cerca de 452 milhões de litros de água por ano, equivalentes ao consumo hídrico das unidades da empresa nas duas cidades.
“A sustentabilidade hídrica é um pilar fundamental da nossa agenda ESG. Com esse projeto conseguimos contribuir com a saúde e a qualidade das bacias hidrográficas de regiões onde atuamos, garantindo mais segurança hídrica nas localidades. Superamos as primeiras metas de adoção de áreas e já estamos prospectando novas propriedades para aumentar ainda mais o impacto da iniciativa”, afirmou Fabiana Meira, vice-presidente Jurídica e de Assuntos Corporativos da Coca-Cola FEMSA Brasil.
O projeto foi iniciado em 2022 e prevê contratos de cinco anos com os proprietários das áreas adotadas, com incentivo financeiro via Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e assistência técnica. As ações incluem prevenção de incêndios, reflorestamento, enriquecimento de espécies e fiscalização ambiental.
“As áreas naturais remanescentes em propriedades privadas são comuns em São Paulo. No desenvolvimento do projeto, o acesso aos proprietários dessas áreas naturais conta com parceiros para a mobilização. Ao longo das aproximações e contatos, é necessário um bom relacionamento com todas as pessoas envolvidas. Adicionalmente, o apoio técnico da SPVS, por meio do projeto, fornece ferramentas para que os proprietários tenham boas condições de gerir as suas áreas naturais, melhorando a qualidade ambiental e garantindo a sua conservação”, disse Nicholas Kaminski, coordenador da iniciativa na SPVS.
“O mecanismo de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), propicia que esses ambientes naturais remanescentes mantenham, e até ampliem, a capacidade de produção hídrica, a partir das ações de conservação que os proprietários se comprometem a realizar”, completou Kaminski.
O projeto inclui também ações de educação ambiental. Desde abril de 2023, 350 professores da rede pública participaram de capacitações voltadas à inclusão de temas ambientais no currículo. Há ainda a formação de uma rede local para debater políticas públicas de conservação e PSA.
A Coca-Cola FEMSA Brasil pretende ampliar a iniciativa nos próximos anos, com adoção de novas áreas, capacitação de proprietários rurais e monitoramento da biodiversidade. A fábrica de Mogi das Cruzes, uma das participantes, reduziu em 45% o índice de captação hídrica nos últimos 15 anos e recebeu a certificação internacional AWS (Alliance for Water Stewardship) no nível Core.
Para Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS, “a busca pela evolução nas corporações para atingir metas ESG precisa ser constante e visando sempre a melhoria contínua em seus processos. Um grande desafio na área ambiental é a apresentação de métricas robustas e confiáveis que relacionem o impacto não mitigável das corporações com ações adicionais e voluntárias que proporcionem uma equivalência no que se refere à conservação da natureza e provisão de serviços ecossistêmicos. A Coca-Cola FEMSA vem desenvolvendo ações compatíveis com essas premissas com excelência e proporcionado avanços inovadores que servem de exemplo e devem ser incorporadas nas práticas das demais empresas, em todas as áreas de atividade”.
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