A taxa de conversão das vendas durante a semana da Black Friday em 2023 foi de 2,79%, menor que na semana anterior (2,99%) e na semana seguinte (3,01%), segundo levantamento realizado pela National Retail Federation (NRF), a Federação Nacional do Varejo dos Estados Unidos. O estudo, conduzido entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, analisou dados de 31,9 bilhões de page views coletados em 1.673 sites de diferentes países.
O hábito de consulta e conversão de compras também varia conforme o dispositivo utilizado. Na semana da Black Friday, o uso de celulares na jornada do consumidor chega a 77% do total. Apenas cerca de um em cada quatro clientes ainda prefere navegar pelo desktop. No entanto, na conversão, os percentuais se invertem. A efetivação de compras no celular atinge 2,55%, enquanto entre os usuários de desktop ela aumenta 75%, chegando a 4,47% do total. Outro pico de conversão ocorre duas semanas após a Black Friday: 2,57% no celular e, novamente, 4,47% no desktop.
Em nenhuma semana do período analisado a conversão em dispositivos móveis iguala ou supera os números dos computadores.
“Reflete um comportamento aprendido pelo consumidor, em gatilhos como urgência e escassez perdem força conforme o cliente se adapta e otimiza suas compras”, afirma Thiago Muniz, CEO da operação brasileira da metodologia Receita Previsível, considerada a bíblia de vendas no Vale do Silício. Para ele, os consumidores percebem que nem todas as promoções da Black Friday trazem os melhores preços.
Apesar de a pesquisa não ter incluído o Brasil — os sites analisados eram de 11 países (Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Japão e Reino Unido) —, há comportamentos enraizados e globalizados. Um deles mostra que o tíquete médio também varia conforme o dispositivo. Na Black Friday de 2023, o tíquete médio foi de US$ 178,70 nos desktops e de US$ 127,50 nos celulares, uma diferença de 40%.
“Por mais que o e-commerce ofereça uma boa experiência mobile, ver os produtos em uma tela grande facilita a experiência de compra”, diz Muniz. Segundo ele, também é muito comum o cliente abrir mais abas de navegação e visualizar, por exemplo, um influenciador ou outro consumidor comum avaliando aquele produto. “Na terra dos influenciadores, o YouTube ainda é o palco principal dos vídeos com reviews de produto.”
O tráfego de compras se concentra em pesquisas pagas (30,6%) e orgânicas (22,8%), seguido de acessos diretos a websites (22,0%), propagandas pagas em mídias sociais (8,4%), propagandas na web em geral (6,5%), e-mails (6,1%), acessos orgânicos em mídias sociais (0,9%) e outros (2,7%). A pesquisa também mostrou que o comprador médio, durante a alta temporada de fim de ano, tem uma jornada de compra mais longa, acessando entre 22 e 25 páginas da web em busca de ofertas antes de finalizar a compra.
Frustração dos consumidores
O estudo também explora a frustração dos consumidores ao comprar ou pesquisar ofertas, mostrando que 40,2% deles indicaram algum nível de frustração. A maioria (19,9%) relatou problemas com códigos de desconto que não funcionam corretamente. Em seguida, estão as páginas que carregam lentamente (14,3%).
Muniz ressalta que, quando os preços dos produtos são semelhantes, a experiência de compra se torna o diferencial competitivo. Problemas técnicos, como páginas lentas e dificuldade de navegação, se tornam obstáculos, mas podem ser resolvidos ao direcionar os clientes para aplicativos. “É importante evitar falta de clareza na comunicação e aprender com as avaliações dos produtos para melhorar a experiência de compra”, conclui.
Com informações de DC News.
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