Mesmo com investimentos, Enel SP melhorou pouco no ranking de qualidade da Aneel

O grupo tem investido anualmente cerca de R$ 1,3 bilhão na concessionária que assumiu o controle da distribuidora

Valor de R$ 1,017 bilhão é a indenização total prevista em ação contra a Enel SP, diz AGU

Comprada pelo grupo italiano Enel em meados de 2018, a distribuidora de energia elétrica que atende a região metropolitana de São Paulo (Enel SP) apresentou ao longo dos últimos anos uma ligeira melhora no ranking de continuidade do serviço, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

No mais recente levantamento, divulgado no início deste ano com base em dados de 2022, a concessionária ficou na 19ª posição, ao lado da RGE Sul, que pertence à CPFL e atende uma parte do Rio Grande do Sul.

Ambas empresas apresentaram um indicador de “Desempenho Global de Continuidade” (DGC) de 0,79. O número consiste na média aritmética simples das razões entre os valores apurados e os limites anuais dos indicadores de Duração e Frequência das interrupções no fornecimento – tecnicamente conhecidos como DEC e FEC, respectivamente.

Nessa mais recente edição do ranking, estavam à frente da Enel São Paulo empresas como a Light, do Rio, as distribuidoras da Bahia (antiga Coelba) e de Pernambuco (ex-Celpe), além de várias empresas que atendem o Estado de São Paulo, incluindo Elektro, EDP São Paulo, CPFL Paulista e a CPFL Santa Cruz, que liderou a lista.

Em 2018, a Enel São Paulo ocupou o 25º lugar na lista, de um total de 29 posições entre as distribuidoras com mais de 400 mil consumidores, aponta o levantamento divulgado anualmente pela agência reguladora.

Conforme o mais recente relatório de desempenho divulgado pela Enel, no terceiro trimestre deste ano a concessionária paulista apresentou um índice de duração de interrupções (DEC) de 6,27 horas, no acumulado em 12 meses, enquanto a frequência das interrupções (FEC) foi de 3,34 vezes no mesmo período.

A empresa explicou que os indicadores recuaram 3,5% e 3,8%, respectivamente, “em decorrência da menor incidência de eventos climáticos quando comparado ao mesmo período do ano anterior”.

Com a ocorrência da última sexta-feira, 03, que deixou milhares de pessoas sem energia por mais de 24 horas e que tem previsão de normalização prevista apenas para esta terça-feira, os indicadores devem voltar a subir.

No consolidado de 2018, o DEC ficou em 7,18 horas, enquanto o FEC chegou a 4,39 vezes, quando registrou uma melhora expressiva em relação ao ano anterior, após implementar um plano de recuperação de indicadores de qualidade.

Segundo o diretor de Operações de Redes da Enel, Vincenzo Ruotolo, o grupo italiano tem investido anualmente cerca de R$ 1,3 bilhão na concessionária que assumiu o controle da distribuidora, com objetivo de melhorar a qualidade de atendimento, expandir a rede visando a conexão de novos clientes, e também modernização a infraestrutura.

“Tudo isso vai por dois caminhos: tem um caminho de digitalização e um caminho de automatização, dois principais pilares dos investimentos quando pensamos no gerenciamento total da aérea, é o que nos permitiu melhorar a qualidade dos serviços”, disse, durante coletiva de imprensa realizada no último sábado.

Com informações de Estadão Conteúdo (Wilian Miron e Luciana Collet)
Imagem: Shutterstock

Sair da versão mobile