Este é meu último artigo inédito para a Mercado&Consumo em 2021. Tem muito mais por vir em 2022, incluindo esperança, trabalho, força e muita energia positiva para nosso futuro no foodservice. Mas meu objetivo nesse texto é te provocar a fazer um balanço e um planejamento para além do budget, do crescimento das suas vendas ou do dia a dia dos negócios.
Quero te convidar a refletir sobre os impactos do seu negócio em nosso país e como podemos ressoar diferente do que temos feito.
A Organização das Nações Unidas (ONU) criou, para 2030, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e ilustro abaixo.
Em uma consulta rápida a este link, temos um panorama da evolução do desenvolvimento desses indicadores no Brasil. Faltam menos de dez anos para fecharmos esse ciclo e ainda há muito a ser feito. Não só em termos de mapeamento e informação dos indicadores, mas, principalmente, na evolução deles em nossa sociedade.
Me acompanhe que quero te estimular a navegar item a item nesse link que indiquei. Ao clicar, temos informações preciosas que nos ajudam a compreender o país no qual realmente vivemos e não num recorte parcial da nossa micro área de atuação.
Minha provocação é para que você reflita como é possível atuar como empresárias (os) e protagonizar as mudanças que aumentarão nossas barras verdes não no cenário de “temos o dado mapeado”, mas numa barra verde que sinalize ao mundo e a nós que estamos fazendo mais pelo nosso país.
Vou trazer alguns indicadores que acho fundamentais:
Indicador 1.1.1 – Proporção da população vivendo abaixo da linha de pobreza internacional, por sexo, idade, condição perante o trabalho e localização geográfica (urbano/rural):
Esse gráfico é estarrecedor! Nos últimos oito anos reportados só pioramos no que tange ao número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Essa medida inclui pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia, ou seja, menos de R$ 10 por dia. Certamente um número agravado durante a pandemia.
O tema da fome sensibiliza o brasileiro para doações pontuais, mas a cada refeição doada caberia a pergunta sobre como podemos criar novos postos de trabalho, uma vez que em nove anos (2012-2021) nunca tivemos uma taxa de desemprego tão elevada – 13,2% (IBGE) -, o que, além da desonra pessoal, provocada em homens e mulheres, cria condições para a deterioração de todos os indicadores relacionados e nossa evolução como sociedade.
Navegando um pouco mais na ferramenta, e cada um terá seu olhar dirigido para os temas com os quais mais se identifica, destaco positivamente o crescimento de 89,4% para 96,5% da presença de meninos a partir de 5 anos nas escolas e de 90,3% para 97,5% da presença de meninas a partir de 5 anos nas escolas (2012-2019), certamente com importante impacto de redução no ano de 2020 causado pela pandemia, mas o fato é que esses números sinalizam que culturalmente os pais entenderam a importância de as crianças irem para a escola. E todos ganhamos como sociedade, uma vez que a educação é a alavanca para a evolução humana.
No último dia 4 de dezembro, a Campus Party realizou a edição Campina Grande (PB) do evento, levando conteúdo e interação com a tecnologia para os jovens dessa região do Nordeste brasileiro. Numa discussão informal com Tonico Novaes, CEO da empresa no Brasil, ele sinaliza que a Campus tem objetivos cada vez mais ambiciosos em sua presença nacional como um modelo organizado para envolver os jovens num saudável movimento de construir um futuro pessoal melhor e um futuro maior para o país.
Eu poderia fazer tantos outros recortes que me chamaram a atenção, mas paro por aqui. Te convido a revisar o seu planejamento para 2022 e projeções para os próximos cinco anos e considerar os impactos da sua empresa sobre cada um dos Objetivos Desenvolvimento Sustentável.
Só faremos a diferença com protagonismo. Esse palco é nosso!
Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice.
Imagem: Shutterstock