Já nos despedimos do primeiro mês de 2023 e, embora o Carnaval ainda não tenha passado, aquela sensação de férias e ritmo lento dá lugar ao planejamento e ao foco na construção de um ano novinho em folha. Esse é o momento ideal para as marcas olharem para os seus planos e pensarem, para além das metas de venda, sobre seu legado. O que sua empresa vai deixar de positivo para o mundo nesse novo ano? Sua marca tem planos de ações de impacto social?
Há diversas formas de uma marca contribuir com mudanças positivas em uma comunidade, melhorando a vida de diferentes pessoas. Desde as formas mais simples de doação, passando por projetos de relacionamento com a comunidade e pela venda de produtos sociais que destinam recursos para instituições do terceiro setor. Opções realmente não faltam, mas nem sempre as lideranças sabem por onde começar. Para ajudar sua marca nessa missão, reunimos uma lista do que não pode faltar no seu planejamento de ações de impacto social:
1 – Descubra sua causa
Pode parecer óbvio, mas não é. Antes de começar a levantar recursos e mobilizar pessoas, a marca precisa saber qual é a sua causa. Veja bem: nessa fase não é necessário saber o que exatamente será feito, uma vez que isso pode ser construído de forma coletiva. Mas é importante que a liderança identifique uma causa que se conecte com seu propósito e que faça sentido também para seus clientes, parceiros e demais públicos.
É uma ação voltada para a comunidade onde a empresa está inserida? É direcionada à infância? A uma população minorizada? Ou é uma causa da educação, dos direitos dos animais, do meio ambiente? Encontrar uma causa que tenha a ver com seu negócio vai ajudar sua marca a criar ações efetivas e não apenas projetos avulsos que acabam se tornando mais marketing do que impacto social.
2 – Inclua comunidade, clientes e funcionários
Depois de entender sua causa, é hora de pensar a ação propriamente dita. Essa é uma etapa chave porque a empresa precisa se certificar de que estará resolvendo um problema real. É que muitas marcas bem intencionadas criam soluções em seus ambientes corporativos, mas quando os projetos vão para a rua acabam não resolvendo problema nenhum. Isso acontece porque são soluções pensadas de forma excludente, ignorando justamente as pessoas que serão beneficiadas pela ação.
Para evitar isso, é muito importante que as ações sejam pensadas e executadas de forma coletiva. Se o projeto vai beneficiar uma comunidade específica, ouça essa comunidade. Mais do que isso: dê espaço para que ela construa junto a solução. Se a ação for destinada a um grupo mais geral, então inclua outras vozes. Podem ser seus clientes ou funcionários, por exemplo. O mais importante é que as ações não sejam desenhadas apenas por uma mente: problemas são complexos e sempre há muitas formas de enxergá-los e solucioná-los.
3 – Pesquise referências
Formatar a ação em um projeto redondinho e eficaz pode ser mais fácil se você buscar referências do que já existe. Há muitas boas ideias que deram certo no Brasil e no exterior e das quais podemos aproveitar insights. Para ajudar nessa pesquisa, você pode usar o Guia MOL de Produtos Sociais, que analisa 50 iniciativas nacionais de impacto social que se destacaram, além de trazer aprendizados de quem já fez campanhas e produtos sociais; e dicas para consumidores, ONGs e marcas.
4 – Defina a ação
Se você seguiu as três etapas anteriores, já sabe sua causa, envolveu vozes diversas nessa construção e buscou referências. Então, provavelmente já está preparado para definir a ação que vai implementar. Agora é importante você saber que existem diversas possibilidades de ações de impacto social. Um exemplo são os produtos sociais, que podem ser lançados em edições especiais e cuja venda tem parte revertida para iniciativas de apoio a causas diversas.
Outro tipo de iniciativa é a doação transacional, que não envolve a criação de um produto específico. Nesse caso, a doação acontece no momento da transação financeira de uma compra. Pode ser, por exemplo, uma bandeira de cartão de crédito que doa R$ 1 a cada compra efetuada ou o arredondamento de um valor destinado à doação. Além disso, a marca ainda pode fazer ações de responsabilidade social ou patrocínio a eventos sociais, entre outras possibilidades.
5 – Divulgue com transparência
Contar ao mundo sobre sua ação é uma etapa empolgante, mas também cheia de responsabilidade. É essencial que a comunicação seja clara e transparente: especifique a causa ou a instituição que será beneficiada e como será feita a doação: se é 100% do valor da compra ou uma porcentagem, por exemplo.
Também é importante disponibilizar um canal para mais informações a quem precisar tirar dúvidas ou saber mais sobre a ação. Por fim, não se esqueça de divulgar também os resultados. Essa é a melhor forma de ser diligente com a prestação de contas e ainda divulgar sua empresa, associando sua marca a ações positivas de transformação social.
Quando se trata de ações de impacto social, é fundamental criar um cronograma que funcione para a sua marca e sua equipe. Isso porque a vontade de fazer algo transformador sempre aparece em algum momento do ano, quando somos inspirados por uma história ou quando colocamos os pés em uma causa que se conecta conosco. Mas, para faze asr metas virarem ação é preciso traçar estratégias claras, envolver pessoas e desenhar processos práticos. Que tal começar a planejar o legado da sua marca para 2023?
Roberta Faria e Rodrigo Pipponzi são cofundadores do Grupo MOL, ecossistema de negócios sociais que promove a cultura de doação.
Imagem: Shutterstock