Tendências de trabalho para 2024: adaptação e inovação necessárias

Tendências de trabalho para 2024: adaptação e inovação necessárias

O cenário profissional está passando por transformações significativas, e 2024 promete ser um ano marcante para líderes e organizações.

Diante dos desafios impostos por eventos como a pandemia global e a ascensão da Inteligência Artificial generativa (GenAI), é crucial compreender as tendências que moldarão o futuro do trabalho.

Recentemente, em artigo da Harvard Business Review, especialistas em comportamentos e tendências exploraram o que nos espera em 2024. Daí surgiram nove tendências identificadas pela Gartner que demandarão adaptação e inovação por parte das empresas e principalmente pelos líderes:

  1. Benefícios criativos para lidar com os custos do trabalho

Com a mudança para o home office, tornou-se evidente que os custos associados ao deslocamento para o escritório superam muitas vezes os benefícios. As organizações, reconhecendo essa realidade, estão adotando abordagens inovadoras. Subsídios habitacionais, benefícios para cuidadores e programas de bem-estar financeiro emergem como estratégias eficazes para atrair e reter talentos valiosos.

  1. IA criará, e não diminuirá oportunidades na força de trabalho

Apesar das preocupações sobre a substituição de empregos pela Inteligência Artificial, a pesquisa da Gartner destaca que a GenAI remodelará funções, proporcionando novas oportunidades. Até 2025, estima-se que 70% das tarefas textuais e de dados envolverão interações com ferramentas de GenAI. Isso sugere que a integração eficaz da Inteligência Artificial pode resultar em uma força de trabalho mais eficiente e dinâmica.

Em visita ao CD da Amazon em NY, vimos muitos robôs, mas também mão de obra humana em trabalhos que exigem coordenação motora.

  1. Semana de trabalho de 4 dias se tornará comum

A ideia de uma semana de trabalho reduzida, anteriormente considerada radical, está ganhando aceitação generalizada. A pesquisa revela que 63% dos candidatos veem a “semana de quatro dias pelo mesmo salário” como um benefício atraente.

As organizações estão adotando essa prática não apenas para promover o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas também para melhorar o engajamento dos funcionários e ganhar vantagem competitiva. Ainda um desafio por aqui, mas uma tendência que ganha cada vez mais corpo.

  1. Resolução de conflitos será uma habilidade essencial para gerentes

Diante das crises geopolíticas, greves e mudanças climáticas, a habilidade de resolver conflitos torna-se crucial. A pesquisa destaca que 57% dos gestores consideram-se responsáveis por gerenciar conflitos. As organizações serão desafiadas a capacitar os gestores nessa habilidade essencial, reconhecendo e recompensando a resolução eficaz de conflitos como uma competência valiosa.

Se pararmos para pensar, estamos iniciando conflitos para acabar com antigos conflitos.

  1. Experimentos com GenAI terão desafios e custos dolorosos

Apesar da empolgação com a GenAI, é vital abordar suas implementações com cautela. A Gartner alerta sobre a trough of disillusionment, indicando desafios e custos dolorosos associados a implementações apressadas.

As organizações são aconselhadas a investir em treinamento para os funcionários para discernir a validade das informações geradas pela GenAI, evitando assim expectativas exageradas. Aprecie com moderação.

  1. Requisitos de habilidades superarão requisitos de diplomas

Uma tendência notável é a crescente importância das habilidades em relação aos diplomas acadêmicos. Grandes empresas como Google, Target, Walmart já eliminaram requisitos de diploma em suas vagas, possibilitando acesso a um pool mais amplo de talentos. Este movimento destaca a necessidade de as organizações focarem em requisitos de habilidades específicas, proporcionando oportunidades igualitárias e atraindo indivíduos talentosos com diversas origens educacionais.

  1. Proteção contra mudanças climáticas como benefício do empregado

Eventos climáticos extremos elevaram a conscientização sobre a necessidade de proteção contra mudanças climáticas. Empresas estão destacando medidas como compromissos para a segurança física dos funcionários, compensações para aqueles impactados e suporte à saúde mental como benefícios essenciais. Esta abordagem não só beneficia os funcionários, mas também posiciona as organizações como defensoras responsáveis.

  1. DEI se integrará ao modo de trabalhar

Após um intenso foco em iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em 2020, a pesquisa destaca a necessidade de integrar o DEI em todos os aspectos da organização.

O DEI não será mais uma iniciativa isolada, mas uma parte fundamental da cultura e dos objetivos de negócios. E a integração total resultará em ambientes de trabalho mais inclusivos e inovadores.

  1. Estereótipos tradicionais de carreira desaparecerão

Caminhos de carreira convencionais estão sendo substituídos por trajetórias mais flexíveis. As organizações devem se adaptar, facilitando a permanência de talentos, aproveitando a expertise, independentemente da antiguidade e preparando-se para a aposentadoria iminente de profissionais experientes. A abertura a caminhos de carreira não lineares torna-se essencial para reter e motivar os colaboradores.

Essas tendências delineiam um cenário desafiador e dinâmico para as organizações em 2024. Líderes são instados a priorizar estrategicamente e agir sobre as tendências que terão um impacto significativo em suas operações, talento e metas estratégicas.

Aqueles que não o fizerem arriscam-se a ficar para trás na atração e retenção de talentos, bem como na consecução de seus objetivos estratégicos.

Fabio Aloi é sócio-diretor da ONE Friedman.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

Imagens: Shutterstock

 

 

Referências:

Harvard Business School

 

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