Uruguai anuncia que passará a negociar acordos de forma independente no Mercosul

Segundo governo, decisão consiste em defender a modernização do bloco por meio de uma agenda de negociações externas

Uruguai anuncia que passará a negociar acordos de forma independente do Mercosul

O Uruguai anunciou que passará a negociar acordos comerciais de forma independente do Mercosul, apesar de reiterar sua permanência no bloco.

Em comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores uruguaio, o governo afirma que a decisão consiste em defender a modernização do bloco por meio de uma agenda de negociações externas “ágil, dinâmica, flexível e permanente”.

Segundo a chancelaria uruguaia, em reunião de representantes do Mercosul, não foi aprovada a redução da tarifa externa comum (TEC), apesar de o Uruguai ter apoiado algumas das propostas apresentadas, que são “sempre entendidas como flexibilidade”.

No comunicado, o argumento para a medida é o de que a resolução 32/00, que determina sobre livre comércio, nunca foi internalizada pelos membros plenos do Mercosul, portanto, não está em vigência.

A norma determina que os Estados “entendam que é necessário priorizar as negociações em grupo, estabelecendo um prazo para a negociação dos acordos bilaterais”.

Repercussão

O anúncio de que o Uruguai pretende negociar acordos comerciais fora do Mercosul cria tensões e não ajuda no avanço do bloco, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“A integração no Mercosul precisa de ajustes e aperfeiçoamentos, mas continua sendo a que mais proporciona resultados econômicos e sociais para o Brasil. Apesar do aperfeiçoamento necessário, o bloco registrou resultados expressivos nos últimos anos”, destacou a entidade em comunicado.

Para a CNI, a estabilidade econômica do Mercosul é essencial para que os benefícios econômicos na região voltarem a ser sentidos. A entidade defende a efetivação do livre comércio entre os países do bloco, tanto em bens quanto em serviços e compras públicas.

A confederação também pede a intensificação das negociações de acordos que permitam ampliar o acesso a outros mercados, como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, México, América Central e com a Associação Europeia de Comércio Livre (composta por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein).

Com informações de Estadão Conteúdo e Agência Brasil

Imagem: BigStock

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