Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) com seus associados durante o mês de maio revela que o modelo de microfranquias se estabilizou depois de crescer 87% entre maio de 2021 e maio de 2023. Para a ABF, esse resultado, junto a outros dados de maturidade, indica uma maior consolidação do segmento.
Os dados mostram, ainda, que o segmento de microfranquias continua a receber novas entrantes, mas em ritmo menor, enquanto algumas marcas ultrapassam o teto e passam a se enquadrar como tradicionais. São consideradas microfranquias, de acordo com a ABF, as operações que têm investimento inicial de até R$ 135 mil.
“Mais maduro e profissional, o segmento das microfranquias mostra uma movimentação muito interessante de marcas que nascem micro e avançam para o modelo tradicional, assim como marcas já consolidadas que passam a oferecer opções com investimentos mais baixos para atrair novos perfis de investidores e chegar a mercados menores, principalmente cidades do interior com menos de 200 ou 100 mil habitantes. Essa versatilidade, de forma geral, abre portas tanto para franqueadores como potenciais franqueados, indicando mais uma vez o caráter de inclusão empreendedora das microfranquias”, afirma Adriana Auriemo, vice-presidente da ABF.
O estudo revelou 22 microfranquias que migraram para o modelo chamado tradicional (seja por mudança estratégica ou pela elevação dos custos), como Açaí no Kilo, Empada Brasil e Fast Frame. Por outro lado, 26 fizeram o caminho inverso, lançando modelos mais enxutos, como CVC Brasil, Decor Colors e Instituto dos Óculos.
O segmento de Serviços e Outros Negócios, alavancado por franquias na área financeira, continua predominante entre as microfranquias. Chama a atenção, no entanto, o crescimento de marcas em Alimentação e Casa e Construção e a presença consolidada em outros segmentos como Saúde, Beleza e Bem-Estar e Educação.
A maior maturidade das microfranquias pode ser confirmada também com a perenidade das marcas. Atualmente, 32% das microfranquias associadas à ABF têm mais de 10 anos de operação. “Outro dado importante é que 80% das marcas contam com mais de três anos de operação, o que proporciona mais confiança ao investidor que deseja ingressar no sistema por meio de uma microfranquia”, acrescenta Bruno Arena, diretor de Microfranquias da ABF.
“Soma-se a isso o fato de que, do universo de marcas que possuem a modalidade de microfranquias, 19% possuem o selo de excelência”, comemora Bruno Arena, ressaltando que as obrigações de uma marca em relação ao seu papel como franqueador são as mesmas em qualquer formato.
Em relação ao modelo de operação, ao contrário do que se imagina, grande parte das microfranquias operam com unidades físicas (67%). O modelo home based é responsável por 26% das operações, enquanto os quiosques representam (7%).
Assim como o franchising, grande parte das microfranquias operam no Sudeste (52%). “Esse número revela que ainda há muito espaço nas demais regiões do País para o desenvolvimento desse modelo, que oferece capacitação e profissionalização para diversas atividades ainda realizadas de forma autônoma e sem padronização”, ressalta o diretor.
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