Trabalho com o desenvolvimento de pessoas há mais de 20 anos, dos quais 14 direcionados ao desenvolvimento das lideranças e seus times que movimentam o mercado de varejo e consumo no Brasil e, ocasionalmente, no exterior. E não importa o caminho escolhido, ele leva ao aumento de resultados e das vendas, buscando performances cada vez melhores e mais sustentáveis.
Quais são as principais habilidades que o mercado mais procura atualmente e que vão apoiar as empresas em seus processos de crescimento e melhoria de resultados no presente e no futuro? A última The Future Jobs Report, lançada pelo World Economic Forum, em maio de 2023, aponta que as cinco principais habilidades mais procuradas pelo mercado são:
- Pensamento analítico;
- Pensamento criativo;
Essas habilidades são consideradas cognitivas. Ou seja, são construídas ao longo dos anos e guiam nossas ações com questões relacionadas à atenção, criatividade na solução de problemas e no planejamento.
- Resiliência, flexibilidade e agilidade;
- Motivação e autoconsciência; e
- Curiosidade e aprendizagem continuada.
Essa três habilidades são consideradas de eficácia.
Confira abaixo o quadro completo apresentado na pesquisa, relatando as competências que as empresas participantes consideraram essenciais para a composição de seus times.
E o que isso tem a ver com o processo de gestão de resultados de alta performance? Tem tudo a ver.
Confira algumas dicas práticas de como aplicar essas competências essenciais e como transformá-las em habilidades para alcançar a alta performance na sua loja e no seu negócio.
1. Planeje-se
Analise o seu histórico de resultados e os movimentos do mercado no momento de definir as metas. Com isso, você exercitará seu pensamento analítico. Apenas pegar o resultado do último ano, adicionar um percentual e distribuí-lo igualmente entre meses e semanas pode não ser a melhor forma de fazer o planejamento. Cada mês e semana são fortemente influenciados por fatores internos e externos, que precisam ser considerados para um planejamento mais assertivo.
2. Ajuste a rota quando necessário
Acompanhe como está sendo a experiência do seu cliente, colete depoimentos e avaliações sobre seus produtos e serviços e, ao longo do caminho, faça ajustes de rota quando necessário. Às vezes, será necessário testar diferentes processos e abordagens até encontrar o melhor modelo para o seu negócio, o que exigirá resiliência, flexibilidade e agilidade.
3. Crie responsabilização saudável
Criar motivação de forma consistente vai além de mensagens positivas de incentivo, elas passam especialmente pelo domínio do conhecimento técnico e o autoconhecimento. Dessa maneira, o colaborador pode alinhar seus objetivos e metas pessoais com os da empresa.
Mas como a empresa consegue contribuir para esse processo? Dando informações claras, trabalhando no processo de validação e estabelecendo uma comunicação aberta entre líder, liderados e pares. O time precisa ter proximidade com os indicadores, compreender como são formados e quais ações específicas podem tomar durante a venda para melhor entender e atender o cliente. Além disso, devem desenvolver autoconsciência sobre a forma como estão estruturando suas ofertas.
4. Nunca pare de aprender
Crie processos estruturados de treinamento e desenvolvimento que recompensem os colaboradores por sua curiosidade e dedicação aos programas de aprendizagem continuada. Relacione esses esforços aos resultados práticos do negócio, como vendas ou outras melhorias de desempenho. Indicadores de performance bem definidos para todos os cargos e departamentos ajudam a guiar ações e definir prioridades, o que torna a rotina mais produtiva.
O mercado de varejo e consumo tem sofrido mudanças de forma acelerada, guiadas e estimuladas especialmente pelos comportamentos de consumo. Mais do que nunca, é importante criar a cultura de desenvolvimento contínuo na empresa. Uma empresa é feita de pessoas. E uma empresa de alta performance é feita de pessoas altamente capacitadas, que performam com altos níveis de entrega de resultados.
Roberta Andrade é diretora de Educação Corporativa e sócia da One Friedman
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo
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