A varejista de moda C&A vai promover lives semanais para vender produtos neste mês de outubro. As transmissões ao vivo serão feitas no aplicativo da marca, onde as peças serão apresentadas de forma dinâmica por influenciadoras e associados de lojas (como a rede chama seus funcionários). O time de apresentadoras é formado por nomes como Raphaela Palumbo e Yasmim Stevam.
Durante as live shops, os clientes da marca podem olhar as peças por todos os ângulos, de forma mais próxima, visualizar como elas ficam em modelos com diferentes biotipos de corpos e ainda tirar dúvidas em tempo real. Além disso, para quem acompanhar as transmissões, serão disponibilizados cupons de descontos exclusivos e frete grátis a partir de R$ 50 em compras.
“Antes da pandemia, as visitas às lojas físicas eram mais do que um ponto de venda para a cliente, eram um entretenimento e momento de descompressão. Quem nunca, durante o almoço, deu uma espiadinha na vitrine para ver as novidades da semana? Com a pandemia e os novos hábitos de consumo, vimos na live shop uma oportunidade de nos aproximarmos ainda mais das clientes por meio de uma animada transmissão interativa. Imaginamos que tenha grande aderência, por isso já pensamos em formatos para ampliar o uso deste recurso”, Mariana Moraes, head de Marketing da C&A Brasil.
Lives em alta no Brasil
A ideia da C&A é usar o mês de outubro como período de testes para esse tipo de ação, que une compras e entretenimento. A ideia é proporcionar uma experiência de compra diferenciada aos clientes, de forma interativa e que vai muito além dos produtos expostos nas vitrines, aplicativo ou site da marca. A novidade está alinhada ao posicionamento de marca da varejista, o “C&A Muito Eu”.
As live shops da C&A ainda vão proporcionar total interação com o app da marca, possibilitando que todas as peças exibidas durante a transmissão sejam comercializadas, em tempo real, no e-commerce da empresa. As ações são realizadas no aplicativo da marca por meio da tecnologia whitelabel da Mimo Live Sales. “Temos cada vez mais avançado nas ferramentas de interação omnicanal com a nossa cliente. O nosso aplicativo, que foi o mais baixado no segmento de moda em 2020, tem sido uma plataforma exponencial de conexão e da nossa estratégia de contato”, afirma Mariana Moraes.
O modelo de live shops ou live commerce, criado na China, tem sido cada vez mais usado no mercado brasileiro. O tema foi debatido no Latam Retail Show deste ano no painel “A nova moda do digital: o live commerce”, conduzido por Célio Martinez, CEO da Mercado&Consumo.
A Riachuelo é outra empresa que tem apostado nesse tipo de ação, como contou o diretor-executivo Elio Silva. “Acreditamos que o live commerce será uma febre no Brasil”. Segundo ele, a ideia é fazer cada vez mais transmissões do tipo. “A gente vai passar a ter um trabalho de lives quase que diárias. E também, a partir de algumas de nossas lojas, fazer lives temáticas”, revelou.
US$ 200 bilhões em 2020
O live commerce movimentou cerca de US$ 200 bilhões de só em território chinês durante o ano de 2020, de acordo com estimativas feitas pela Research and Markets. As estimativas para 2027 giram em torno de US$ 600 bilhões movimentados nesse novo canal.
Para a CEO da Orcas – Omnichannel Experience, Andrea Rios, uma das vantagens de se realizar uma live commerce é a multiplicidade de áreas simultâneas de experiência do cliente. “Tenha uma estratégia de interação social”, alerta.
Ela também ressalta que não é necessário fazer superproduções para obter bons resultados com essa estratégia. “É importante ter um conteúdo que realmente gere engajamento e entretenimento. Um conteúdo que seja exclusivo, interativo e autentico”, finaliza Andrea.
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