Natura alcança metas de salário digno para colaboradores no Brasil e na América hispânica

A renda digna é calculada com base em uma pesquisa de custo de vida local, um indicador diferente do salário-mínimo

Natura &Co América Latina alcança metas de salário digno para colaboradores na região

A Natura &Co atingiu a meta de renda digna para todos os colaboradores na América Latina, avançando em sua Visão 2030, batizada de Compromisso com a Vida, lançada em 2020 e atualizada em setembro de 2023. O anúncio foi feito no início deste ano.

Ao estabelecer um salário digno para os colaboradores, a Natura não está apenas abordando questões econômicas, mas também promovendo a valorização da dignidade humana e contribuindo com a eliminação de desigualdades.

A renda digna é calculada com base em uma pesquisa de custo de vida local e o que é necessário para um nível de vida decente em um determinado lugar e em jornadas normais de trabalho. Isso inclui a possibilidade de acesso à alimentação, água, habitação, educação, saúde, transporte, vestuário e a outras necessidades essenciais, além de provisão para situações inesperadas. O conceito é diferente do salário-mínimo, que é regulamentado pelo âmbito governamental, atualizado com base em índices econômicos e que muitas vezes não corresponde a um padrão de vida digna atualizado.

Para a gerente de Sustentabilidade e Direitos Humanos de Natura &Co América Latina, Marina Leal, o “acesso à renda digna é a porta de entrada para a manutenção dos direitos básicos do indivíduo”. “Isso impacta em mais qualidade de vida, autonomia e, consequentemente, mais desenvolvimento da nossa rede”, explica Marina.

Custo de vida

De acordo com  Lilian Ikeda, gerente de Remuneração, Incentivos e Mobilidade de Natura &Co América Latina, o primeiro passo foi o de definir a metodologia que seria utilizada para fazer o diagnóstico e entender o tamanho do desafio, visto que a companhia tem operações em diferentes países que possuem realidades distintas.

Após estudos, a empresa decidiu adotar a referência de salário digno fornecida pela Wage Indicator Foundation, que é calculada de acordo com o custo de vida, que varia entre as regiões do Brasil e os países da América hispânica.

Além de uma métrica, a Natura considera a renda digna como um parâmetro de mensuração de impacto, sendo uma das principais metodologias utilizadas no Integrated Profit & Loss Accounting (IP&L ou Contabilidade Integrada de Lucros e Perdas), ferramenta lançada em 2022 pela companhia que consegue monetizar o impacto dos negócios nos capitais humano, social e ambiental.

“A partir dessa análise, estruturamos um programa de avaliação e acompanhamento de pagamento para colaboradores, consultoras e estamos finalizando os estudos em comunidades parceiras da Amazônia”, complementa Marina.

Equidade Salarial

Além de alcançar a salário digno para os colaboradores, a Natura comemora outros progressos em remuneração equitativa. Em 2022, a companhia deu fim às inexplicáveis diferenças salariais entre homens e mulheres e reduziu expressivamente as diferenças salariais brutas na América Latina. E, no Brasil ainda, foi eliminada a diferença salarial racial.

Desde 2020, a holding desenvolveu com a Mercer, consultoria de recursos humanos, estudos anuais sobre a equidade salarial no grupo. “Os estudos abrangem mais de 15 fatores individuais, como: salário, cargo, nível de experiência, tempo na função, desempenho, país, e entre outros, gênero e raça. E as primeiras iniciativas para reduzir as diferenças apontadas foram realizadas em 2021”, comenta Lilian.

Na América Latina, a meta prevista para 2023 de ter 50% de mulheres na alta liderança (cargos de diretoria e acima) foi alcançada já em 2020 – a companhia encerrou 2022 com 52% de mulheres na alta liderança. Atualmente, elas são maioria em todos os níveis funcionais, exceto o operacional.

Jornada contínua

A companhia busca fortalecer o desenvolvimento econômico de sua rede, focando em seus públicos prioritários. Na Visão 2030, destaca-se o compromisso com os Direitos Humanos. As metas incluem um aumento de 10% no índice de desenvolvimento humano das consultoras e avanços sociais nas comunidades agroextrativistas. O objetivo é gerar impacto mensurável em renda digna, refletindo em saúde, educação e cidadania, ancorado na equidade de gênero e racial.

Lilian reforça o compromisso, indicando que atingir as metas de salário digno e equitativo para colaboradores é um marco, mas também parte de uma jornada contínua.

Enquanto o tema é ainda incipiente na América Latina, a empresa de cosméticos é considerada uma das grandes referências globalmente. Está presente em certificações internacionais como B Corp e Corporate Knights, e faz parte do Movimento Salário Digno do Pacto Global da ONU Brasil.

Imagem: Shutterstock

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