O ano de 2023 começou agitado para o mercado de galpões logísticos: o primeiro trimestre teve o melhor resultado do mesmo período dos últimos 10 anos em relação ao volume locado, com taxa de vacância de 10,8% e estabilidade no preço dos aluguéis. Os dados fazem parte de estudo realizado pela consultoria imobiliária JLL.
De acordo com André Romano, gerente de Industrial e Logística da JLL, esse era um movimento esperado. “O quarto trimestre do ano costuma ser o período com maior número de negociações, mas, como tivemos um cenário atípico em 2022, as empresas esperaram o início do ano para se movimentar, o que impulsionou os dados”, analisa.
A previsão é de que o mercado continue aquecido, com estimativa de mais de 3 milhões de m² de novo estoque a serem entregues durante o ano; 55% do total deve se concentrar em galpões de São Paulo, mas há entregas em todo o Brasil. O primeiro trimestre registrou 323 mil m² incorporados ao mercado nacional, sendo 43% do volume no Estado de São Paulo, 21% em Minas Gerais, 15% no Rio de Janeiro e 11% no Espírito Santo.
O mercado paulista também foi palco de grandes negociações. Enquanto os varejistas Big e Dia devolveram 45 e 15 mil m², respectivamente, a chinesa Shein locou 55 mil m² em Guarulhos e a empresa de medicamentos Grupo SC ocupou mais de 51 mil m² em Cajamar.
Minas Gerais segue firme como a segunda força nacional do setor de galpões. A vacância no primeiro trimestre de 2023 é de 6,4%, estável, porém com um leve aumento de 0,4% em relação ao quarto trimestre do ano passado. O estado registrou devolução também do Grupo Dia – 24 mil m² em Contagem. Em Extrema, foram registradas as principais ocupações do período: 26 mil m² pelo Grupo SBF, 9 mil m² pela Restitui Logística e 5 mil m² pela Dr. Otker.
2023: o ano da consolidação
A previsão da JLL é de que o crescimento do mercado de galpões logístico continue, porém em ritmo menos acelerado. “Após o grande salto dado pelo e-commerce durante a pandemia, entendemos que deve haver uma acomodação das operações, levando a um crescimento mais sustentado”, avalia Romano.
O alto volume de novo estoque previsto revela que pode haver leve aumento na taxa de vacância, mantendo os preços dos aluguéis estáveis. “Isso mostra que os investidores seguem otimistas e que o mercado está encontrando seu ponto de equilíbrio”, finaliza o executivo.
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