Estudo aponta que consumo das classes C e D cai 12% na quarentena

A Superdigital, fintech do Grupo Santander com foco em inclusão financeira e mais de 1,4 milhão de clientes, fez um levantamento a respeito dos hábitos de consumo de seus clientes das classes C e D antes e durante a quarentena. E identificou que o consumo caiu, em média, 12% entre os consumidores desses segmentos.

O estudo da fintech mostrou mudanças relevantes em alguns gastos, principalmente com aplicativos de entrega, transportes, restaurantes, combustíveis, hotéis, entre outros.

O levantamento dividiu as compras em três períodos: 15 de fevereiro a 15 de março (30 dias antes da quarentena); 16 de março a 15 de abril (30 primeiros dias da quarentena); e 16 de abril a 15 de maio (segundo mês de quarentena). Os dados mostram que, entre o 1º e o 2º período, os clientes das classes C e D gastaram 33% menos em restaurantes, 37% menos com transporte, 28% menos com combustível; e 74% menos com hospedagem. Em contrapartida, os gastos em estabelecimentos online cresceram 60%; enquanto em supermercados aumentaram 40%.

Entre o primeiro e o terceiro período, os gastos com restaurante caíram 31%; 47% com transporte; 37% com combustível e 74% com hospedagem. Na outra ponta, os gastos em estabelecimentos online subiram 62%; enquanto em supermercados o avanço foi de 29%.

Já quando avaliado especificamente gastos em aplicativos, observamos um avanço significativo em apps de delivery (173%); e-commerces em geral (278%) e streaming (41%). Já gastos com aplicativos de transportes caíram 48%, enquanto que em redes físicas de fast food, o recuo foi de 64%.

A composição do gasto médio mensal também revela mudanças de comportamento: o gasto mensal com supermercados subiu de R$ 142 para R$ 170, enquanto no online o volume aumentou de R$ 113 para R$ 130. As quedas mais significativas ficam por conta dos setores de transportes (de R$ 86 para R$ 55) e combustíveis (de R$143 para R$ 96), quedas de 36% e 33%, respectivamente.

De acordo com o diretor presidente da Superdigital, Felipe Castiglia, o levantamento aponta claramente que a quarentena alterou os hábitos de consumo das classes C e D.

“O afastamento social acelerou a curva de adoção de novos costumes de consumo, introduziu o home office para as classes mais baixas, como call centers, por exemplo, e a digitalização veio com força. Para consumir online e para receber rendas extras e os próprios benefícios de governos municipal, estadual e federal, as pessoas tiveram que abrir contas digitais. Sairemos diferentes ao final”, diz o executivo.

O levantamento da Superdigital também trouxe os dados de consumo das classes C e D de algumas capitais do Brasil.

Variação entre 1º e 2º períodos:

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Variação entre 3º e 1º períodos:

* Imagem reprodução

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