Franquias crescem 5,9% no segundo trimestre de 2019

De acordo com a Pesquisa Trimestral de Desempenho do Setor, divulgada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising, nesta quinta-feira, o mercado de franquias registrou um crescimento nominal de 5,9% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2018. A receita passou de R$ 40,734 bilhões para R$ 43,122 bilhões. No semestre, o aumento foi de 6,4%, passando de R$ 79,496 bilhões para R$ 84,586 bilhões. Já a receita acumulada nos últimos 12 meses teve um crescimento de 6,9%, passando de R$ 168,360 bilhões para R$ 179,933 bilhões.

O bom desempenho foi alavancado pela abertura de novas unidades, ações de ajuste, eficiência operacional e inovação que as redes vêm implementando nos últimos anos, além da aderência de franquias de serviços.

O crescimento moderado reflete também uma baixa inflação, demanda desaquecida e a confiança oscilante por parte de empresários e consumidores, em grande parte relacionada à elevada taxa de desemprego e incertezas no período em relação ao andamento das reformas e outras medidas macroeconômicas.

“O segundo trimestre foi um período de muita expectativa e do início da revisão de algumas projeções para o ano. Com isso, os investidores e consumidores ficaram mais cautelosos, aguardando algumas definições importantes, como a aprovação da Reforma da Previdência. De qualquer forma, os dados mostram que o setor de franquias manteve sua trajetória gradativa de crescimento, grande parte em virtude dos seus fundamentos básicos, como trabalho em rede, ganhos em escala, marcas consolidadas, treinamento contínuo, dentre outros fatores”, afirmou André Friedheim, presidente da ABF.

O movimento de abertura e fechamento de lojas na comparação entre os meses de abril a junho deste e do ano passado teve um saldo positivo de 2,1%, com 4,3% de operações abertas e 2,2% fechadas. No segundo trimestre, o volume de unidades de franquia em operação no país chegou a 159.656.

Para Marcelo Maia, diretor executivo da ABF, “essa taxa de expansão é fruto do aumento da confiança empresarial com a definição eleitoral, que ocorreu principalmente no último trimestre de 2018 e no primeiro de 2019. São contratos celebrados no período que entraram em operação no segundo trimestre e impactaram positivamente o desempenho do setor”.

Geração de empregos – O setor de franquias continua a gerar novos postos de trabalho. De acordo com a pesquisa, no segundo trimestre houve um aumento de 10% no número de empregos diretos do franchising frente ao mesmo período de 2018. O total de trabalhadores registrados subiu de 1.224.987 para 1.348.235. Para o presidente da ABF, “a principal razão para a alta das contratações deriva do reaquecimento da expansão das redes de franquias pelo país no período”. As novas formas de contratação da reforma trabalhista, implementada em 2017, são outro fator importante.

“Temos observado o esforço do governo e do Congresso para aprovar a reforma da Previdência. Se confirmadas essa e as demais reformas e medidas econômicas, como a redução da burocracia, creio que será dado um novo impulso para a economia, o Brasil voltará a crescer a taxas mais elevadas e o franchising poderá contribuir mais, como já fez em anos passados”, completou o presidente da ABF.

SEGMENTOS

Todos os 11 segmentos elencados pela ABF registraram variação positiva no segundo trimestre frente ao mesmo período de 2018. A pesquisa indicou que o segmento com maior crescimento entre abril e junho foi Serviços e Outros Negócios, com alta de 8,9%. Contribuíram para esse avanço o aumento da demanda por serviços administrativos e processos de automatização, a atuação de fintechs e de fornecedores da cadeia de meios de pagamento e crédito.

Serviços Educacionais registrou o segundo maior crescimento, com 8,7%. Os investimentos das marcas do segmento em novos modelos embasam esse desempenho. De acordo com o estudo Diagnóstico Setorial de Educação 2019, recentemente divulgado pela ABF, as redes de educação investiram na oferta de cursos híbridos (parte das aulas presenciais e parte online), bilíngues, in school (aulas em estabelecimentos de ensino parceiros), em período integral e home-based (unidades sem ponto comercial, atuando na casa do franqueado ou na do aluno).

Além disso, o aumento da confiança do consumidor no primeiro trimestre alavancou investimentos de longo prazo e o período de renovação de matrículas também são fatores que explicam esse crescimento.

O terceiro melhor desempenho foi registrado em Comunicação, Informática e Eletrônicos, com 8,5%. O segmento cresceu no período, alavancado especialmente pelos reparos de aparelhos eletrônicos e venda de acessórios.

Saúde, Beleza e Bem-Estar ficou em quarto lugar (6,6%), em virtude do bom desempenho das redes de odontologia, saúde e farmácias no período pesquisado. O segmento Casa e Construção (6%) ficou em quinto lugar, favorecido especialmente por reformas.

Ao observarmos o desempenho dos segmentos no primeiro semestre de 2019, Serviços e Outros Negócios lidera, com 9,3%, seguido de Casa e Construção e Comunicação, Informática e Eletrônicos, ambos com 9,1% de crescimento da receita no período. Serviços Educacionais ficou em terceiro lugar (8,4%) e Serviços Automotivos em quarto (8,2%).

Expansão pelo País – A pesquisa da ABF indica também que o movimento das franquias para além do eixo Rio/São Paulo mantém sua trajetória. Tanto em termos de faturamento, como de unidades, nota-se um aumento da participação das Regiões Sul (9,7% para 10,3% em faturamento), Nordeste (13,6% para 13,9%) e Centro Oeste (8,4% para 8,6%) no total do mercado. Em relação aos Estados, os que mais ganharam participação foram Santa Catarina (4% para 4,5% em faturamento), Mato Grosso (1,9% para 2,1%) e Minas Gerais (7,7% para 7,9%).

“As redes continuam a cultivar sua estratégia de buscar novos mercados e consumidores, aumentando sua capilaridade. O Brasil é um país muito grande, com várias ilhas de prosperidade nem sempre tão conhecidas. Esses mercados, de forma geral, apresentam menos concorrência, custos menores e um consumidor ávido por grandes marcas, sendo uma ótima oportunidade para o setor”, observou Marcelo Maia, diretor executivo da ABF.

Frente ao cenário macroeconômico e do desempenho do setor nos primeiros trimestres, a ABF revisa a projeção de crescimento do franchising para 2019 para 7% em faturamento. As projeções para Número de Redes (1%), Unidades (5%) e Empregos (5%) estão mantidas.

* Imagem reprodução

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