A Big Lots, rede norte-americana de lojas de produtos baratos, protocolou pedido para entrar em recuperação judicial, ao mesmo tempo em que concordou em vender-se a uma afiliada da empresa de private equity, a Nexus Capital Management. A companhia torna-se, assim, a mais recente vítima das dificuldades enfrentadas pelo setor varejista, à medida que os consumidores controlam os gastos após um aumento pós-pandemia.
A empresa sediada em Columbus, Ohio, entrou com pedido de proteção pelo capítulo 11 do Código de Falência dos EUA em tribunal em Delaware.
O acordo proposto com a Nexus, sujeito a ofertas mais elevadas e outras condições, deverá ser fechado no quarto trimestre.
A negociação das ações da Big Lots foi interrompida na Bolsa de Nova York após o anúncio.
A varejista registrou perdas trimestrais consecutivas desde 2022, levando ao fechamento de inúmeras lojas. A Big Lots operava mais de 1.300 lojas nos EUA em maio, de acordo com um documento recente da SEC, abaixo das 1.425 no início de 2023.
A recuperação judicial da Big Lots ocorre meses depois que a Red Lobster, a maior rede de restaurantes de frutos do mar dos Estados Unidos, também entrou com o processo após não ter se recuperado da pandemia, apesar dos restaurantes serem um setor que liderou as aberturas de varejo após a covid-19.
Cenário brasileiro não é dos melhores
Mesmo com a melhora nos índices de emprego, salários e na confiança do consumidor, o cenário pós-pandemia ainda impacta negativamente varejistas de diferentes segmentos no Brasil. Com dívidas crescentes, empresas têm recorrido à recuperação judicial para se reestruturar financeiramente.
Dados do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian apontam que em janeiro deste ano foram realizados 149 pedidos de recuperação judicial no País. Crises em empresas de grande porte afetam a economia de diversas formas, como demissões em massa, o que gera aumento no desemprego.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
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